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Nutrição e Câncer
 
Pacientes com câncer geralmente apresentam-se desnutridos, devido a fatores direta ou indiretamente relacionados ao tumor, efeitos negativos da cirurgia, radiação e quimioterapia, além do isolamento social e fatores psicológicos. O processo fisiopatológico da doença associado aos tratamentos anti-neoplásicos, podem resultar em grave desnutrição energético-protéica (DEP), elevando a morbidade e mortalidade destes pacientes.

Estudos demonstram que a desnutrição interfere no prognóstico dos pacientes com câncer, com aumento do tempo de hospitalização e alto risco de complicações infecciosas e mortalidade intra ou pós-operatória. A DEP ocorre quando a ingestão de macronutrientes é inadequada para suprir os requerimentos metabólicos individuais, resultando em fraqueza e desgaste progressivos, comprometimento da função imune, reduzida qualidade de vida e potencial intolerância terapêutica.

Diversos estudos utilizando índice de perda de peso como único indicador nutricional, tem demonstrado que 40 a 80% dos pacientes oncológicos, principalmente quando o câncer é localizado no TGI possuem algum grau de desnutrição.

A anorexia, perda do apetite ou desejo voluntário para alimentar-se, são sintomas comuns nos pacientes oncológicos, associados inicialmente ao processo natural da doença ou mais tardiamente, ao crescimento tumoral e presença de metástases. Está presente em cerca de 15 a 25% dos pacientes com câncer, na época do diagnóstico e em praticamente todos os pacientes que evoluíram com metástase. Anorexia constitui na principal causa de ingestão alimentar deficiente, conduzindo a progressiva inanição e desnutrição destes pacientes.

Caquexia, síndrome clínica evidenciada por intenso desgaste muscular, adiposo, fraqueza e progressiva perda de peso, geralmente ocorre associada a anorexia, mas pode desenvolver-se em indivíduos com adequada ingestão de energia e proteína, na presença de má-absorção intestinal importante.

Dados sobre gasto energético basal (GER) em pacientes com câncer são contraditórios. Observa-se intolerância a glicose, aumento da depleção de tecido adiposo e catabolismo protéico relacionados com extensão do tumor; quando ocorre associação com desnutrição, verifica-se que estes pacientes são incapazes de conservar energia, devido alterações do metabolismo, mediadas por hormônios (glicorticóides, catecolaminas e glucagon), citocinas (TNF, IL-1, IL-6) e fatores de crescimento (Fator de crescimento semelhante a insulina).

Esta alteração hormonal característica do período pós-estresse, estimula processos de glicogenólise, gliconeogênese, oxidação de ácidos graxos e catabolismo protéico para promover substratos para gliconeogênese. A resposta metabólica inicial ocorre devido ao mecanismo de proteção do organismo contra o dano tecidual. No entanto, se o mecanismo se prolonga, verifica-se ativação de eventos metabólicos que conduzem a significativa perda de massa magra corpórea com conseqüente balanço nitrogenado negativo (BN-).
 

 
Autor
 
Prof. Dr. Dan L. Waitzberg
Prof. Associado da Disciplina de Cirurgia do Aparelho Digestivo do Departamento de Gastroenterologia da FMUSP, Diretor do GANEP

 
Os autores estão em ordem alfabética.

Este artigo é um resumo. O artigo em sua íntegra pode ser encontrado na revista Nutrição em Pauta, edição Set/Out/2002
 
 

 
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