1) O que é e quais são as principais características da anorexia nervosa e da bulimia?
A anorexia e a bulimia nervosa são transtornos alimentares, quadros psiquiátricos com elevadas morbidade e mortalidade; apresentam etiologia multifatorial, abrangendo fatores genéticos, sociais, culturais, biológicos, psicológicos e familiares. Tendo como gatilho o início de uma dieta.
O tratamento da bulimia e da anorexia é feito por uma equipe multidisciplinar, envolvendo nutricionistas, psicólogos e médicos. Além disso, pesquisas mostram que a família contribui para o aparecimento e manutenção da doença e por isso deve participar do tratamento multidisciplinar .
Na anorexia nervosa e na bulimia podemos observar na maioria dos casos distorção da imagem corporal, alteração na visão, no tato e no pensamento sobre o seu corpo. O paciente se vê bem maior do que as outras pessoas o vêem. Na Anorexia a recusa em alimentar-se não é falta de vontade de comer, nem falta de apetite, mas recusa consciente e determinada em alimentar-se, com o objetivo de perder peso.
Anorexia nervosa tem como principais características:
• preocupação excessiva com peso, corpo e comida; (perda importante de peso, a ponto de sair da sua curva de crescimento normal no gráfico de crescimento) .
• presença de comportamentos com o objetivo de controlar ou perder peso. (diminuir ou deixar de comer; aumentar as atividades físicas; usar medicações e vomitar)
A bulimia nervosa é um transtorno que tem como característica:
• a ingestão incontrolável, muito rápida dos alimentos em um curto espaço de tempo e em quantidades exageradas.
• o padrão alimentar caótico e cíclico: inicia uma dieta restritiva em qualidade e quantidade de alimentos, seguida por compulsão alimentar, desencadeando ansiedade e medo de engordar, levando a atitudes compensatórias inadequadas. Estas podem ser purgativas, como vômito, uso de laxantes e de diuréticos, ou não purgativas, como atividade física excessiva.
2) Como deve ser conduzido e quais suas dicas para o atendimento dos pacientes com TA que procuram um nutricionista?
O tratamento dos transtornos alimentares é um desafio para os profissionais, os pacientes não se percebem doentes, são levados ao atendimento muitas vezes contrariados. No início de tratamento é fundamental que se estabeleça o vínculo entre nutricionista e paciente para que ocorra a evolução do tratamento nutricional e não haja o abandono. A afinidade entre o paciente e o terapeuta é fundamental para o tratamento dos casos mais graves. Mudanças na alimentação são muito mais difíceis nos TAs, exigindo persistência do nutricionista na orientação ao paciente, podendo gerar desgaste emocional e sentimentos de frustração e de impotência no profissional.
O nutricionista, no tratamento dos TAs, não deve se prender a regras rígidas como a prescrição de dietas que estão entre os principais fatores etiológicos precipitantes desta doença e, além disso, podem atuar como fator mantenedor. O nutricionista deve trabalhar no passo que o paciente possa acompanhar, com metas individuais estabelecidas juntamente com o paciente, de preferência estabelecidas semanalmente no início do atendimento a fim de que as mudanças sejam graduais e que seja evitado o reforço de sentimentos de frustração e de incapacidade.