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Má alimentação explica a desnutrição em adultos e crianças

1) Os pacientes hospitalizados estão apresentando desnutrição?
Associada muitas vezes aos indicadores de pobreza, a desnutrição não atinge apenas a população de baixa renda, que não possui acesso a uma alimentação balanceada. Fatores genéticos, ambientais e a falta de informação e conhecimento sobre alimentação também são responsáveis por grande parte dos casos da desnutrição no Brasil. Estima-se que 55% das mortes infantis que ocorrem em países em desenvolvimento estão relacionadas à má alimentação e que boa parte deste percentual poderia ser diminuído com ações que envolvem orientação alimentar e nutricional, cuidados pré-natais e aleitamento materno. É necessário consumir alimentos em quantidade, qualidade e variedade adequada, capazes de suprir nossa demanda energética e nutricional diária. Uma alimentação desequilibrada, a longo prazo, pode contribuir para o desenvolvimento da desnutrição que, além de se manifestar com perda de peso, provoca distúrbios no metabolismo, favorecendo o surgimento de doenças no coração e hipertensão. Alguns estudos apontam ainda a co-existência entre a desnutrição e o risco de doenças crônico-degenerativas, como alguns tipos de câncer e diabetes. Dados recentes divulgados pelo Hospital das Clínicas de São Paulo apontaram que, mais de 49% dos pacientes hospitalizados, na capital paulista, com sintomas de outras doenças, foram também diagnosticados como desnutridos.

2) É comum alguns pacientes internados, descobrirem que estão também desnutridos?
É comum alguns pacientes internados com anemia, problemas de colesterol, entre outros sintomas, descobrirem que estão também desnutridos. Isso ocorre devido aos maus hábitos alimentares. A carência de vitaminas e nutrientes, e o descuido com a nutrição bem como a falta de exercícios físicos, favorecem o surgimento de doenças nutricionais que poderiam ser prevenidas com medidas simples de educação alimentar e com a disponibilidade de mais informações sobre alimentação e nutrição.

Pesquisas apontam que entre 10% e 15% da população brasileira apresentam desnutrição por falta de acesso a alimentos em quantidade e qualidade adequada, e que cerca de 60% apresentam distúrbio nutricional alimentar por ingerir alimentos pobres em nutrientes essenciais. Estima-se que cerca de 40% dos desnutridos poderão apresentar posteriormente doenças crônicas.

3)Como este problema poderá ser resolvido?
Promover informação e esclarecimento sobre as normas de uma boa alimentação, é fundamental para prevenir e impedir o avanço de doenças crônicas e da obesidade que crescem no país. Alimentar-se no mínimo três vezes ao dia em horários definidos, ingerir quantidades equilibradas de vários nutrientes, dando preferência a pratos coloridos, com grande variedade de alimentos e fazer as refeições em ambientes tranqüilos, são iniciativas que, além de evitar a desnutrição, podem garantir uma melhor nutrição e qualidade de vida para a população brasileira.

Autor

Dr. José Eduardo Dutra de Oliveira Médico nutrólogo membro da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN)

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