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Amamentação dentro da primeira hora de vida reduz o risco de morte em recém-nascidos

1) Quando acontece a Semana Mundial do Aleitamento Materno?

A Semana Mundial do Aleitamento Materno, promovida pelo Ministério da Saúde, acontece de 1 a 7 de agosto com o tema “Amamentação na primeira hora, proteção sem demora". Dados da Aliança Mundial para Ação em Aleitamento Materno (WABA) mostram que 1 milhão de mortes de recém-nascidos podem ser evitadas pela amamentação na primeira hora do nascimento. Isso porque o leite materno é rico em diversas substâncias que fortalecem o sistema imunológico do bebê. Dentre elas destacam-se os anticorpos e os prebióticos, caracterizados por fibras dietéticas que não sofrem digestão no intestino delgado, e são fermentadas no cólon, estimulando o crescimento de bactérias benéficas ao organismo, que auxiliam na prevenção de doenças alérgicas, dislipidemias e doenças neoplásicas.

2)Por que é importante amamentar desde a primeira hora de vida ?

O leite materno produzido nos primeiros setes dias de aleitamento é chamado “colostro”, secreção extremamente rica em fatores de proteção como as imunoglobulinas (anticorpos). A amamentação nesse período é a primeira forma de imunização para o bebê e deve ser estimulada. O contato precoce com a mãe permite melhor interação mãe-bebê e o controle da temperatura do recém-nascido. Além disso, o aleitamento pode reduzir o risco de hemorragia pós-parto e de icterícia do bebê. A partir do 14° dia, o leite atinge seu estágio "maduro”, contendo nutrientes adequados para a alimentação exclusiva do bebê até os seis meses de vida como gorduras, carboidratos, proteínas, cálcio, fósforo, vitaminas e ferro.

Os carboidratos correspondem a 35% a 44% do leite materno e a principal função é o fornecimento de energia aos bebês. Um tipo de carboidrato que chama a atenção dos médicos pediatras e nutrólogos é o prebiótico, o terceiro maior componente do leite materno. Ele estimula o crescimento de bactérias benéficas como as bifidobactérias e os lactobacilos no intestino, fortalecendo o sistema imunológico dos bebês. “Além de garantir uma microflora intestinal saudável, os prebióticos diminuem os riscos de infecções comuns na infância como as infecções respiratórias, a diarréia e os quadros de alergias. Estudos clínicos demonstram que os prebióticos reduzem significativamente a incidência de dermatite atópica (alergia na pele que causa coceira e vermelhidão) em bebês até os dois anos de vida e aumentam os níveis de anticorpos, garantindo a imunização da mucosa intestinal.

3) Qual é a composição do Leite materno?

Composição do leite materno

Carboidratos (35 a 44%)
Fonte de energia. Os mais importantes são a lactose e os oligossacarídeos prebióticos.

Gorduras (35 a 58%)
Fonte concentrada de energia que provê mais de 50% das necessidades do bebê. Rica em ácidos graxos importantes para o desenvolvimento do cérebro, da retina e dos tecidos nervosos.

Proteína (5 a 7%)
Fonte de aminoácidos importantes para o crescimento e desenvolvimento da criança.

Cálcio e Fósforo
Atuam na formação dos ossos e dentes

Vitamina A
Envolvida nos processos de crescimento, desenvolvimento visual e integridade do sistema imunológico.

Ferro
Previne a anemia

4)Quando a amamentação não é possível?

A Organização Mundial de Saúde e a Sociedade Brasileira de Pediatria enfatizam que o leite materno é o melhor alimento para o bebê e deve ser oferecido exclusivamente até os seis primeiros meses de vida. Também é indicado até dois anos ou mais, mesmo com a introdução de outros alimentos, pois a sua composição é importante para o desenvolvimento do lactente.

Mas existem casos em que a amamentação não é possível ou se torna insuficiente, sendo necessários cuidados especiais. Esse problema pode acontecer devido a inúmeras razões como depressão, presença de abcessos mamários, nos casos de mulheres soropositivas, entre outras. O leite materno de mães portadoras de doenças infecciosas, como as retrovirais, pode funcionar como fonte de infecção à criança, por isso, o aleitamento é contra-indicado.

Nas situações em que a amamentação é restrita, as mães devem ser orientadas adequadamente. Elas podem optar por Bancos de Leite Humano, iniciativa do Ministério da Saúde presente em todos os estados brasileiros, ou utilizar sob prescrição médica e nutricional fórmulas infantis que mais se aproximam do leite materno. Existem fórmulas infantis especiais que contêm os nutrientes necessários para o bebê, inclusive os prebióticos. Recomenda-se a fórmula número 1 para bebês até o sexto mês e a fórmula número 2 para crianças de até um ano de idade.

Autores

Dr Ary Lopes Cardoso Pediatra, Chefe da Unidade de Nutrologia do Instituto da Criança da FMUSP
Dra. Roseli Sarni Nutróloga e Pediatra Presidente do Departamento Científico de Nutrologia da Sociedade Brasileira de Pediatria

Os autores estão em ordem alfabética

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