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Infeccão Hospitalar: Quem é culpado?

1) O que é infecção hospitalar?

A infecção hospitalar é uma das principais preocupações de médicos e gestores de saúde. Ainda que algumas instituições tentem diminuir sua incidência usando todos os meios disponíveis, o assunto passa despercebido à maior parte da população, induzindo a uma interpretação equivocada quanto à real responsabilidade dos hospitais.Infecção hospitalar é toda infecção que se manifesta após 48 horas da internação do paciente e que não estava em período de incubação. Uma criança que apresente catapora cinco dias após ser internada, por exemplo, já estava incubando o vírus antes – o que não caracteriza uma infecção hospitalar.

2) Quais são as causas das infecções hospitalares?

Cerca de 80% das infecções hospitalares são causadas por microrganismos (bactérias, vírus, fungos, parasitas) do próprio paciente. Todos nós temos esses agentes habitando normalmente as vias aéreas superiores, o trato digestivo, o trato genital e a pele, por exemplo. Quando as defesas do nosso organismo são diminuídas por doenças, pelo uso de antibióticos ou por procedimentos necessários realizados no hospital (como cirurgias, passagem de sonda vesical ou punção de vasos), daí sim pode ocorrer uma infecção classificada como hospitalar

3) Quando o risco é considerado maior?

O risco de infecção é maior em pacientes mais graves, internados em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), submetidos a grandes cirurgias e que permanecem muito tempo internados. Por outro lado, a infecção também prolonga a internação do paciente e aumenta o custo do tratamento, não havendo interesse dos hospitais em que ela ocorra. Por este motivo, o mais importante é a prevenção.

4) Os hospitais controlam este problema?

Há quase 15 anos, todos os hospitais brasileiros são obrigados a ter uma Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (Portaria 930 do Ministério da Saúde). Ela deve ser formada por profissionais de várias áreas (médico, enfermeiro, farmacêutico, administrador, biologista), que elaboram um conjunto de ações para controlar a incidência das infecções hospitalares. A lavagem das mãos pelos profissionais da saúde antes e após entrar em contato com o paciente é a principal medida para diminuir a incidência de infecção. O uso racional de antibióticos, tanto nos hospitais quanto nos consultórios é outra medida importante para evitar o aparecimento das bactérias multi-resistentes, que são de difícil tratamento. Cuidados com a limpeza, a qualidade do ar, a esterilização dos instrumentais e equipamentos, a qualidade dos materiais e o rigor técnico e asséptico durante a realização dos procedimentos invasivos – como passagem de sondas e catéteres – também são obrigatórios no sistema hospitalar.

4)Quando todos estes cuidados são realizados é possível eliminar a infecção hospitalar?

Mesmo quando todas as medidas são cumpridas, pacientes em estado grave, internados por longo tempo, submetidos a cirurgias complexas e com doenças crônicas podem evoluir com infecção durante a internação hospitalar. Está claro que não existem hospitais com índice de infecção igual a zero, mas aqueles que têm uma vigilância ativa, conhecem os seus índices e atuam para diminuí-los, enquanto outros desconhecem sua própria realidade.

Autor

Dra. Tânia Strabelli Médica Infectologista do Hospital Santa Paula (SP)

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