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Supercompensação de Glicogênio

O presente artigo trata a supercompensação de glicogênio como um mecanismo utilizado para aumentar o rendimento de atletas de provas de endurance, baseado nas descobertas de pesquisas que demonstram uma correlação positiva entre concentração de glicogênio muscular antes do treinamento e na duração do exercício submáximo. A quantidade de energia estocada como glicogênio é de grande significância porque a depleção do glicogênio muscular durante o exercício coincide com a fadiga muscular.

Esse procedimento consiste em reduzir primeiro o conteúdo muscular de glicogênio com um exercício prolongado em ritmo estável acompanhado de uma dieta hipoglicídica e, a seguir, adota-se uma dieta hiperglicídica com uma carga de treinamento bem leve para o armazenamento de glicogênio em concentrações superiores do que normalmente se teria capacidade de armazenar apenas com uma dieta rica em carboidratos. O objetivo deste trabalho foi revisar a literatura referente a supercompensação de glicogênio sobre a atividade biológica.

No final dos anos 30, os cientistas observaram que o desempenho de endurance poderia ser grandemente aprimorado ao consumir uma dieta rica em carboidratos. Por causa dessa importante relação entre dieta e desempenho físico, os pesquisadores passaram a avaliar as possíveis maneiras de aumentar as reservas orgânicas de glicogênio (Rauch et al., 1995).

Bergstrom et al. (1967) partindo do pressuposto de que a capacidade de realizar atividade muscular por um maior tempo é limitada pelo conteúdo de glicogênio muscular e hepático, propuseram o conceito de submeter o atleta a uma manipulação dietética, enfatizando uma sobrecarga de carboidratos antes do exercício exaustivo, no intuito de retardar a fadiga. A partir daí, a quantidade e o tipo de ingestão de carboidratos que possibilitasse aumentar a ressíntese do glicogênio foram  assuntos de numerosos estudos.

Costil et al. (1981) demonstraram que a taxa de ressíntese de glicogênio era maior quando a ingestão de carboidratos era 525 gramas por dia ou mais. Blom et al. (1987) mostraram que a ressíntese do glicogênio era máxima quando eram consumidos 25 gramas de carboidratos por hora. Keizer et al. (1987) não mostraram nenhum aumento adicional na taxa de síntese de glicogênio medida por Blom em um consumo de 70 gramas de carboidratos por hora. De acordo com estas pesquisas, parece que 25 gramas de carboidratos por hora ou 600 gramas por dia são suficientes para uma máxima ressíntese de glicogênio (Prevost, 1999).

A habilidade aumentada do armazenamento do glicogênio depois da depleção é um procedimento denominado supercompensação de glicogênio em que a sobrecarga de glicogênio “acondiciona” até 4 a 5g de glicogênio em cada 100 gramas de músculo ao contrário de seu valor normal de aproximadamente 1,7g (Tarnopolsky et al., 1995).

Desenvolvida para aumentar as concentrações de glicogênio muscular antes do exercício, a dieta de supercompensação pode ser benéfica para indivíduos que realizam atividades com mais de 90-120 minutos, em virtude da depleção do glicogênio muscular sendo que, em períodos menores, ela não é necessária, pois seus efeitos aparecem após 60 minutos de exercício (McArdle et al, 1996).

Hoje, se sabe que a ingestão de carboidratos é essencial nas provas longas para manutenção do rendimento elevado (Lamb et al, 1994) e que a depleção de glicogênio com o exercício seguido de uma dieta rica em carboidrato resulta em um aumento do glicogênio muscular para concentrações bem acima daqueles normalmente mantidos no estado alimentado (Nakatani et al, 1997).

Autor

Dra. Waleska C. Dornas Nutricionista pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) e Graduada em Educação Física pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

Os autores estão em ordem alfabética

Este artigo é um resumo. O artigo em sua íntegra pode ser encontrado na revista Nutrição em Pauta, edição Jul/Ago/2005


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