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Tratamento Nutricional da Anorexia Nervosa no Hospital de Clínicas de Porto Alegre

A Anorexia Nervosa é um transtorno alimentar caracterizado por perda de peso auto-induzida, presença de medo obsessivo e irracional de engordar e distorção da imagem corporal.

O objetivo principal do tratamento nutricional é restabelecer peso e hábitos alimentares normais, podendo ser feito de forma ambulatorial ou hospitalar. No Hospital de Clínicas de Porto Alegre o tratamento é baseado nas diretrizes do Guia Prático para o Tratamento de Pacientes com Desordens Alimentares, e inclui, determinação do peso a ser atingido e do aporte calórico a ser fornecido, progressão do aporte calórico, monitoramento do peso, ingestão e condições clínicas do paciente, orientação nutricional e esclarecimentos sobre a doença.

Anorexia nervosa é um transtorno alimentar caracterizado por uma perda de peso auto-induzida, distúrbios psicológicos tais como características obsessivo-compulsivas e crenças irracionais (Fiates & Sales, 2001) e anormalidades fisiológicas. Ocorre restrição alimentar auto-imposta (Fiates & Sales, 2001), padrão alimentar bizarro e acentuada perda de peso (Dunker & Philippi, 2003), que leva à seqüelas graves (Fiates & Sales, 2001; Falceto et al, 1993). Há a presença de um medo obsessivo e irracional de engordar e preocupação excessiva com peso, forma corporal e alimentação (Dunker & Philippi, 2003).

É comum a presença de distorções da imagem corporal, em que a pessoa considera estar acima do peso, mesmo estando gravemente emagrecida. Alguns fatores podem contribuir para o desencadeamento da doença: comentários de amigos, familiares ou professores sobre o peso ou forma corporal do indivíduo, participação em esportes ou profissões que enfatizam perda de peso ou  imagem corporal magra (modelos, ginastas, atrizes, nutricionistas), emoções negativas, traumas e situações estressantes.

A incidência é maior em jovens do sexo feminino, caucasianos, com bom desempenho escolar e boa relação familiar, embora 5 a 10% dos casos de anorexia nervosa ocorram em homens. A prevalência da doença varia de 2% a 5% entre mulheres adolescentes e adultas (Dunker & Philippi, 2003). Em geral ocorrem outras comorbidades como: depressão, abuso de substâncias, desordens sociais e fobia social (Hinrichsen et al, 2003). O início da doença habitualmente coincide com o acúmulo de gordura e outras modificações corporais que ocorrem na adolescência (Morgan et al, 2002).

A doença geralmente inicia-se com uma restrição alimentar, principalmente de carboidratos e lipídeos (Dunker & Philippi, 2003). Anoréxicos apresentam hábito de jejuar, peculiaridades nas preferências alimentares e aversões específicas por alimentos ou grupos de alimentos. A aversão por açúcar e doces é maior entre aqueles com sintomas (Dunker & Philippi, 2003), que ainda utilizam alimentos ou bebidas para emagrecimento, suprimem refeições, fazem dietas, utilizam medicamentos para emagrecer, diuréticos e/ou laxantes (McArdle et al, 2001). Alguns comportamentos podem ser conseqüência do estado de semi-inanição: preocupação excessiva com alimento, estocar comida, gostos anormais, distúrbios do apetite, depressão, apatia, irritação e distúrbios de personalidade (Practice Guideline, 2000). 

A anorexia pode ser classificada em dois subtipos: restritivo, no qual prevalecem comportamentos de restrição da ingestão alimentar como refeições controladas em calorias ou nutrientes, diminuição do número de refeições diárias e jejum (Fleitlich et al, 2000); e bulímico, onde prevalecem comportamentos purgativos  como vômitos, uso de laxantes e inibidores de apetite e exercício excessivo, podendo também estar associados a comportamentos restritivos (Fleitlich et al, 2000). Algumas pessoas com anorexia nervosa podem alternar entre os dois subtipos em diferentes períodos de sua doença (Practice Guideline, 2000).

Pessoas que sofrem de anorexia nervosa apresentam significativa diminuição do peso corporal, do índice de massa corporal (IMC) e da porcentagem de gordura corporal (Kerruish et al, 2002). A perda de peso ocorre em conseqüência à restrição alimentar, excesso de atividade física ou purgação (vômitos, uso de laxantes e diuréticos).

As conseqüências físicas da doença são devidas ao estado de semi-inanição e desnutrição em que se encontra o paciente, e decorre da tentativa do organismo em se adaptar à baixa ingestão calórica, da utilização de métodos de purgação e nível de atividade física (Assumpção & Cabral, 2002). O quadro 2 mostra as principais conseqüências e complicações da doença (Assumpção & Cabral, 2002; McLean et al ,2001; Pascal et al ,2002).

Autores

Carla Bonfanti Thiel Acadêmica de Nutrição – Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Profa. Dra. Elza Daniel de Mello Professora Assistente do Departamento de Pediatria e Puericultura daFaculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.Coordenadora do Curso de Nutrição da UFRGS.

Os autores estão em ordem alfabética

Este artigo é um resumo. O artigo em sua íntegra pode ser encontrado na revista Nutrição em Pauta, edição Jul/Ago/2005


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