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Cuidados simples, porém essenciais, com a alimentação da criança podem evitar o problema

1) A obesidade na infância está associada ao maior risco de desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis?
Nas últimas décadas, mudanças no estilo de vida e no hábito alimentar da população brasileira repercutiram no peso corporal, aumentando a prevalência de obesidade, inclusive no grupo de crianças e adolescentes.
A obesidade na infância está associada ao maior risco de desenvolvimento precocemente de doenças crônicas não transmissíveis, como dislipidemias, hipertensão, diabetes, doenças cardiovasculares e problemas ortopédicos. Estudos também apontam que crianças e adolescentes obesos têm maior risco de se manterem obesos na vida adulta. Assim, é essencial prevenir a obesidade já na infância.
 
2) Que fatores desencadeiam a obesidade infantil?
Um dos fatores determinantes da obesidade infantil é a presença de hábitos e comportamentos alimentares inadequados. A obesidade pode ser desencadeada já no primeiro ano de vida da criança, principalmente se esta tiver contato precoce com outros alimentos que não o leite materno ou se a introdução da alimentação complementar ocorrer de modo inadequado. Para prevenir a obesidade, deve-se promover sempre a manutenção do aleitamento materno, evitando complementar com leite de vaca, fórmulas infantis ou introdução precoce de outros alimentos. Durante a fase de introdução da alimentação complementar, por volta do sexto mês, a criança está vulnerável a vários erros alimentares. Cuidados especiais são necessários para se oferecer alimentos na consistência e qualidade apropriadas para a idade.

A quantidade de alimentos oferecida na infância também pode ser determinante para o excesso de peso, com a oferta de alimentos de alta densidade energética, muitas vezes superior ao gasto energético. Outro momento crítico é a alimentação realizada em ambiente escolar. Famílias e escolas despreparadas expõem crianças e adolescentes a vários alimentos ricos em açúcar, gordura e sal, contribuindo para o excesso de peso.
 
3)Que erros alimentares são encontrados nas crianças obesas?
Os erros alimentares encontrados nas crianças obesas repercutirão diretamente no consumo energético diário. Dentre esses comportamentos, pode-se destacar alguns mais frequentes como: horários irregulares (longos intervalos entre as refeições ou vários beliscos durante o dia), repetição de refeições ou alimentos, mastigação pouco eficiente e rápida durante as refeições, qualidade e quantidade inadequada de alimentos levando ao desequilíbrio entre os macronutrientes e déficit dos micronutrientes.
 
4) Como o nutricionista poderá contribuir para prevenção e tratamento da obesidade?
O nutricionista especializado em nutrição infantil poderá contribuir muito para a prevenção/tratamento da obesidade, principalmente se a criança já apresentar excesso de peso ou erros alimentares. A família deve participar intensamente durante o tratamento nutricional, colaborando na escolha e preparo dos alimentos consumidos dentro ou fora de casa, auxiliando no porcionamento dos pratos ou controle de quantidades nas refeições.

Esse processo deve estimular mudanças no hábito e comportamento alimentar de maneira lenta e gradativa. Deve-se enfatizar que a criança e o adolescente têm grande responsabilidade no processo e que, para sua eficácia, é necessário contar com determinação, paciência, disciplina e mudanças no comportamento e nos conceitos relacionados à alimentação.

Os resultados esperados, manutenção e redução gradativa de peso (respectivamente para crianças e adolescentes pós-púberes), mudanças do hábito e comportamento alimentar, ocorrem a médio e longo prazo. No entanto, quando se associa ao atendimento individual os grupos de educação nutricional, os resultados podem ser observados mais precocemente.

Autor

Dra. Rose Vega Patin Nutricionista graduada pelo Centro Universitário São Camilo. É especialista em Nutrição Materno-Infantil, mestre em Ciências Aplicadas à Pediatria – área nutrição – e doutoranda em Ciências, todos pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Também é colaboradora da Comissão de Comunicação do Conselho Regional de Nutricionistas – 3ª Região (CRN-3).

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