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Compostos Bioativos e Antioxidantes nos Alimentos

Fitoquímicos - Protetores e Preventivos de Doenças Degenerativas - Profa. Dra. Rebeca C. de Angelis

Os estudos epidemiológicos evidenciaram que regimes alimentares ricos em alimentos de origem vegetal protegem contra doenças degenerativas, especialmente através de seu conteúdo de fibras, de substâncias com características antioxidantes e também de elemento, não- nutrientes, que aumentam as defesas orgânicas estimulando a proteção contra as agressões por radicais livres em excesso e, até com ação reguladora de estados de pós-menopausa, ou acelerando a eliminação de colesterol do organismo.

Estes aspectos são apresentados com enfoque principal de promover a prevenção dentro dos conceitos mais atuais da ciência da nutrição. Inúmeros estudos realizados na década de 70-80 demonstraram que populações das regiões mediterrâneas, em geral, apresentavam menor prevalência de enfermidades cardiovasculares.

Esta constatação foi assumindo maiores proporções relacionando com os hábitos alimentares regionais, chegando-se a um modelo alimentar que deveria ser recomendado a todos os indivíduos como o mais saudável, que foi estabelecido em 1992. È a conhecida Pirâmide ?Guia para escolha de alimentos.(Murphy). No entanto é extremamente complexo caracterizar um regime alimentar como o ideal, pois novos conceitos com enfoques multi-abrangentes vão surgindo, inclusive evoluindo com os valores vigentes e novos produtos de alimentos industrializados.

Comer é importante, mas o que deve ser consumido para garantir que todas as necessidades de nutrientes sejam suficientemente obtidas? O ser humano está constantemente exposto a agressões do meio ambiente e da própria herança genética provocando depleção das reservas corporais, e se esta demanda não for atendida acaba provocando deficiências que vão se instalando lentamente de forma insensível, porém com diminuição das defesas naturais.

È a fome oculta ! (De Angelis,2001). Nestas situações haverá maior necessidade de elementos protetores. Neste artigo é discutida a importância das fibras, dos antioxidantes e das substâncias bioativas (polifenóis, fitoestrôgenos, fitoesteróis, fitoquímicos) A

Importância da Alimentação na Manutenção da Saúde - Prof. Dra. Siliva Cozzolino

A relação entre nutrição e saúde tornou-se uma das principais preocupações da humanidade e dos cientistas, que procuram descobrir nos alimentos o caminho que leve à longevidade com qualidade de vida. Viver mais e melhor ? existe fórmula mágica? Nunca se viu na literatura tantos trabalhos relacionando os componentes dos alimentos e sua capacidade de reduzir o risco de doenças.

Com isso, novos conhecimentos têm sido adquiridos e, hoje, já é possível a indicação de dietas mais saudáveis, com nutrientes e compostos bioativos, que podem auxiliar na manutenção da saúde em determinadas fases da vida como, por exemplo, na Infância e na Terceira Idade.

Considerando a Infância uma fase da vida de extrema importância, com repercussões para a saúde do adulto, verificamos que existe, ainda hoje, uma grande incidência de infecções que poderiam ser minimizadas, com o fortalecimento do sistema imunológico da criança. Uma alimentação adequada, reforçada pelo consumo de alimentos ricos em nutrientes, sabidamente pode atuar sobre o sistema de defesa do organismo.

Hoje, no Brasil, é obrigatória a fortificação de farinhas de trigo e milho com Fe e Ácido Fólico, justamente porque a anemia ferropriva é ainda o principal problema de saúde pública nesta fase da vida, enfraquecendo o organismo e aumentando a incidência dessas doenças infecciosas. O Ácido Fólico, embora de importância particular para a mulher na idade fértil, apresenta também ação estimuladora do sistema imunológico.

Nesta etapa da vida o Zinco é outro nutriente com papel de destaque, porque além de atuar no crescimento é essencial para células altamente proliferativas do organismo humano, especialmente do sistema imune. Na sua deficiência todo o sistema imune fica alterado, levando a um aumento das infecções, principalmente das vias respiratórias e digestórias (diarréias).

A Vitamina A, é outro nutriente importante nesta fase, pois além de suas funções conhecidas no ciclo visual também tem papel no sistema imune, na regulação da expressão de genes para proteínas envolvidas na defesa do organismo. Já na Terceira Idade, temos outros problemas acrescidos, pois, neste caso, ocorrem geralmente estados de desnutrição global provocados pela dificuldade de acesso aos alimentos, dificuldade de mastigação, e diminuição fisiológica da absorção dos nutrientes, que levam ao declínio do poder adaptativo do organismo, desencadeado pelo comprometimento do sistema imune.

Este quadro pode provocar processos sucessivos de infecções, principalmente das vias respiratórias, urinárias e genitais, deteriorando ainda mais as condições de saúde do indivíduo idoso. Neste caso, a recomendação de uma dieta saudável, acompanhada de suplementos dos nutrientes mais deficientes nesta fase da vida (avaliados caso a caso) poderiam melhorar as defesas do organismo do indivíduo.

Dentre os nutrientes sabidamente mais carentes e que teriam ação no sistema imune temos, além do Zinco, também o Magnésio. As conseqüências da falta de Magnésio nestes indivíduos poderiam estar relacionadas à maior suscetibilidade do idoso ao estresse, inflamação, doenças cardiovasculares, diabetes e disfunção imune. A vitamina E, juntamente com a vitamina C, são os nutrientes antioxidantes mais amplamente estudados nesta fase da vida. Inúmeros trabalhos têm investigado, não apenas a função antioxidante destes nutrientes, mas também suas ações no sistema imune.

Na deficiência de vitamina E ocorre depressão do sistema imune com aumento dos episódios de infecções, que melhoram após a suplementação. A vitamina C por seu lado, também está relacionada com a produção de anticorpos, proliferação de linfócitos, dentre outros mecanismos relacionados ao sistema imune.

É extrema importância que se continue estudando os nutrientes e compostos bioativos presentes nos alimentos. Apesar de não existir nenhuma ?fórmula mágica?, estes componentes podem, sim, fortalecer o sistema imunológico, reduzindo o risco de desenvolvimento de doenças, e permitindo uma vida mais longa e com saúde.

Autores

Prof. Dra. Siliva Cozzolino Nutricionista, Prof. Livre-docente da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP
Profa. Dra. Rebeca C. de Angelis Doutor, Faculdade de Medicina,USP; Professor Livre-Docente, Faculdade de Enfermagem,USP; Professor Adjunto,Instituto de Ciências Biomédicas,USP; Ex-Presidente Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição,SBAN; Nutricionista Registrada Nutrition Society, Reino Unido; Sócio-Emérito, American Society for Nutritional Sciences,USA

Os autores estão em ordem alfabética

Este artigo é um resumo. O artigo em sua íntegra pode ser encontrado na revista Nutrição em Pauta, edição Mar/Abr/2004

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