166 artigos encontrados em Nutrição Clínica
Prevalência e Fatores de Risco para Constipação Intestinal em Estudantes Universitários

Este trabalho objetivou verificar a prevalência e fatores associados à constipação intestinal em estudantes universitários dos cursos noturnos de Ciências Contábeis, Secretariado Executivo Bilíngüe, Psicologia e Nutrição de uma Universidade Privada da Grande São Paulo. A coleta de dados foi feita por questionário auto-administrado. Considerou-se como constipados aqueles indivíduos que referiram ter constipação intestinal, freqüência de evacuação e fezes características. O hábito alimentar foi averiguado pela freqüência de consumo de legumes, frutas, verduras, alimentos ricos em fibras, leguminosas e água. A prevalência de constipação intestinal foi de 24,4%, sendo maior na população feminina.

Os fatores estatisticamente significativos observados para constipação intestinal foram: histórico familiar de constipação intestinal e dificuldade em evacuar quando fora de casa. Foi observado risco aumentando para: IMC ³ 25; consumo diário de líquidos inferior a dois copos, fazer somente uma refeição diária e falta de horários regulares para as refeições.

O estilo de vida do homem moderno muitas vezes não permite que sejam estabelecidos horários para refeições, prática de exercício físico e outras atividades importantes para a qualidade de vida do indivíduo. Devido ao estresse e à competitividade comuns nos grandes centros urbanos, funções fisiológicas indispensáveis, como o hábito intestinal, são condicionadas de acordo com o que cada indivíduo acha conveniente (Passarelli, 1986; Soares et al, 1991). Tais práticas podem indiscutivelmente contribuir para o surgimento da constipação intestinal, que é uma das queixas gastrintestinais mais comuns na população ocidental (Andre et al, 2000; Penteado et al, 1986).

A constipação intestinal pode decorrer de inúmeras causas, sendo as mais comuns: alimentação inadequada, como por exemplo, o alto consumo de alimentos industrializados e refinados, a rotina de trabalho, a vida sedentária e o uso abusivo de laxativos. Existe também a constipação de origem orgânica, que é considerada sintoma de outras doenças como câncer de cólon e hipotireoidismo. Além disso, há a constipação considerada idiopática (Andre et al, 2000; Miszputen, 1999; Passarelli, 1986; Soares et al, 1991). Embora a constipação intestinal seja um sintoma relativamente freqüente na população geral, o diagnóstico nem sempre é fácil, pois devem ser levados em conta vários fatores, não só a freqüência das evacuações, mas também as características e quantidade de fezes eliminadas, assim como a sensação de dor ou necessidade de esforço por parte do paciente no momento da evacuação (Dantas, 1994; Passarelli, 1986).

De acordo com os ?critérios de Roma?, a constipação intestinal funcional é diagnosticada quando o indivíduo apresenta, em pelo menos 25% das evacuações por pelo menos três meses, dois ou mais dos seguintes sintomas: esforço; fezes endurecidas ou fragmentadas; sensação de evacuação; manobras manuais para facilitar a evacuação; sensação de obstrução ou interrupção e menos de três evacuações por semana (Andre et al, 2000; Rodrigues et al., 2000).

Devido ao fato de que na maioria das vezes a constipação intestinal é de origem funcional, o tratamento se constitui na adaptação da dieta, reeducação de hábitos de alimentação e prática de algum tipo de atividade física (Andre et al, 2000). Cunha et al., 1992, compararam o padrão de consumo habitual de alimentos fonte de fibras de 31 mulheres portadoras de constipação intestinal com outras 31 mulheres de um grupo controle sem constipação. Para isso foram utilizados os métodos do recordatório de 24 horas e o questionário de freqüência alimentar.

O resultado obtido através do inquérito de 24 horas não demonstrou diferença significativa na ingestão de fibra bruta entre os dois grupos. No entanto o questionário de freqüência alimentar registrou que as mulheres constipadas ingeriam frutas e vegetais folhosos de forma menos regular que as não constipadas, o que alerta para a possível influência do padrão de ingestão de alimentos fonte de fibras sobre o hábito intestinal.

Autores

Ana Claudia Prates de Magalhães Acadêmicas do curso de Nutrição da UMESP - Universidade Metodista de São Paulo
Dra. Daniela Maria Alves Chaud Nutricionista, Mestre em Ciências Aplicadas à Pediatria na Área de Nutrição pela Universidade Federal de São Paulo - Escola Paulista de Medicina (UNIFESP - EPM), Professora Assistente da Universidade Metodista (UMESP) e da Universidade do Grande ABC (UniABC)
Dra. Dirce Maria Lobo Marchioni Nutricionista, Profa. da área de Saúde Pública da UMESP, Mestre e Doutoranda em Saúde Pública pela Faculdade de Saúde Pública da USP
Luzinete da Hora Souza Acadêmicas do curso de Nutrição da UMESP – Universidade Metodista de São Paulo
Silvia Mary Yamanaka Acadêmicas do curso de Nutrição da UMESP – Universidade Metodista de São Paulo

Os autores estão em ordem alfabética

Este artigo é um resumo. O artigo em sua íntegra pode ser encontrado na revista Nutrição em Pauta, edição Set/Out/2002

Contato

Endereço

Rua Cristóvão Pereira, 1626, cj 101 - Campo Belo - CEP: 04620-012 - São Paulo - SP

Email

contato@nutricaoempauta.com.br

Telefone

11 5041-9321
Whatsapp: 11 97781-0074

Nossos Patrocinadores