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Especialista do Hospital do Coração alerta: consumo excessivo de sal aumenta os riscos de hipertensão e doenças cardiovasculares

1) O número de óbitos no Brasil por doença arterial coronária (DAC) tem aumentado?

Nos últimos levantamentos da OMS foram registrados aproximandamente 300 mil mortes por ano, isto é, a cada dois minutos, ocorre um óbito em função desta doença. Estudos da OMS revelam, ainda, que a DAC cresce anualmente devido ao inadequado controle dos principais fatores de risco cardiovasculares como a hipertensão, diabete e o aumento do colesterol.

2) Como podemos controlar os fatores de risco?

É muito importante controlar os fatores de riscos bem como evitar o consumo em excesso de alimentos processados, embutidos e industrializados. Os jovens que consomem muitos produtos processados (com alto teor de sal) e alguns tipos de fast food, apresentam maior risco de desenvolver hipertensão arterial, pois trocam os alimentos naturais pelos industrializados. E quando se alimentam adequadamente abusam dos saleiros disponíveis nas mesas, o que favorece o aumento da pressão arterial.

Estudos mostram que entre as populações que consomem pouco sal, a pressão arterial não aumenta conforme a idade. Portanto, fica evidente a necessidade de orientar a população, além de educar as crianças para consumirem pouco sal desde pequenos.

3) O consumo de sal está dentro da recomendação?

Atualmente, o sal é consumido numa quantidade duas vezes maior do que o recomendado (4 a 6g) distribuídos por todas as refeições. Ao contrário disso, consome-se em média, cerca de 12 a 15 gramas por dia, chegando a uma quantidade superior em alguns estados nordestinos. Por isso, a pressão alta atinge em torno de 25% a 30% da população adulta, podendo chegar a mais de 50% na população mais idosa.

A hipertensão - que atinge cerca de 30% da população brasileira e aumenta progressivamente com a idade -, chegando a mais de 50% após os 60 anos, também aumenta em quatro vezes os riscos de doenças arteriais coronárias quando comparado às mulheres com pressão arterial normal. Em indivíduos com predisposição genética e estilo de vida inadequado (sedentarismo, dieta hipersódica, hipercalórica e hipergordurosa) a doença se dá mais precocemente e com características de maior resistência ao tratamento. Havendo um acompanhamento médico e uma dieta adequada pode-se prevenir ou retardar o desenvolvimento da doença.

4) Quais são as suas recomendações?

É importante evitar os alimentos enlatados (ervilhas, massa de tomate, etc), embutidos (salame, salsicha, entre outros), envidrados (palmito, azeitona e molhos em geral), queijos e pães. Todos estes alimentos contêm sódio (composição do sal de cozinha) e a elevada ingestão dele faz o organismo reter mais líquidos, podendo levar ao aumento da pressão sangüínea e causar a hipertensão - responsável por infarto e acidente vascular cerebral -, além de afetar os rins.

Recomenda-se a utilização do sal somente no preparo dos alimentos, mas com moderação, e retirar os saleiros da mesa. A medida diária de sal fica em torno de 4 a 6 gramas por dia. No tratamento não medicamentoso, as medidas comprovadamente eficazes no controle à hipertensão são: atividade física, dieta com pouco sal, dietas ricas em potássio, eliminação de álcool e tabaco e perda de peso.

5) O que é hipertensão?

A hipertensão é o nome que se dá ao aumento excessivo da pressão arterial - doença multifatorial que é desenvolvida dependendo da integração de fatores genéticos e ambientais. Um indivíduo pode nascer com uma predisposição genética para o desenvolvimento da doença. Ter ou não a hipertensão, em uma fase mais precoce na vida e com maior gravidade, vai depender da interação dessa predisposição genética com o estilo de vida adotado. Se o estilo de vida for adequado, mesmo com a predisposição genética, a doença poderá não se manisfestar ao longo da vida.

Autor

Dr. Celso Amodeo Cardiologista e Especialista em Hipertensão Arterial do HCor – Hospital do Coração

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