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Efeitos da Hipovitaminose D em Homens Idosos com Osteoporose: Uma Revisão Integrativa

A osteoporose é uma doença caracterizada pela diminuição severa de massa óssea, resultando em ossos mais frágeis, que acomete principalmente o público feminino, visto que, dentre os fatores de riscos, tem-se perda hormonal em mulheres na pós-menopausa. Logo, era pensado que o homem não tinha osteoporose e não precisava de reposição hormonal. Entretanto, verificou-se, também, perda óssea no sexo masculino, que ocorre de modo mais gradual, acometendo mais tardiamente esses indivíduos. Destaca-se que, nos homens a densidade mineral óssea (DMO) aumenta bastante durante a puberdade em resposta à produção de hormônios sexuais, fator importante para o metabolismo ósseo como, por exemplo, a testosterona que apresenta importante papel na determinação, no pico e na manutenção da massa óssea.

Em homens com mais de 50 anos, a prevalência de osteoporose corresponde, de 4% a 6%, sendo que 33% a 47% têm osteopenia, que é a perda gradual óssea. Os homens possuem mais massa óssea que as mulheres, então, eles apresentam fratura osteoporótica cerca de 10 anos depois. Assim, por volta de 75 anos, a incidência de fratura de quadril aumenta rapidamente. Entre 1970 e 2025, espera-se um crescimento de 223% desta população, isto é, um incremento de aproximadamente 694 milhões de pessoas nessa faixa etária onde, o número de homens com fratura de quadril também deve aumentar dramaticamente.

Considerando-se que na gênese da osteoporose diversas causas estão envolvidas, é observado que a vitamina D possui um papel muito importante no corpo humano e dentre tantos benefícios está o auxílio à saúde óssea. Essa vitamina também exerce papel relevante no metabolismo do cálcio e do fósforo, assegurando níveis adequados destes minerais para as funções metabólicas e mineralização óssea, além de estar associada ao aumento da massa mineral óssea e à prevenção de fraturas. Visto seu papel é importante destacar que, é considerado hipovitaminose D quando a medida é < 20 ng/mL.  O único órgão capaz de prover a vitamina D é a pele além, também, do aporte por meio da ingestão alimentar.

A população geriátrica tem mais probabilidade de desenvolver a hipovitaminose D devido a fatores como, por exemplo, a baixa exposição solar logo, ter sua capacidade de produção cutânea de vitamina D reduzida, alimentação inadequada, absorção da vitamina reduzida pelo trato gastrintestinal, uso de fármacos que interferem na absorção/metabolização da vitamina D e apresentar comprometimento renal.

Ressalta-se que, a osteoporose tem como desfecho clínico importante a ocorrência de fraturas por baixo impacto, atingindo globalmente mais de 200 milhões de pessoas, sendo muito frequente na população idosa e, quando acometem o quadril, acabam levando à morte em cerca de 20% dos casos e quando não fatais, levam o idoso a tornar-se dependente e sentir dor. Os homens hospitalizados, após uma fratura de quadril apresentam duas vezes mais probabilidade de ir a óbito, em relação as mulheres, provavelmente pela idade avançada no momento da fratura e pela presença de comorbidades.

Diante do exposto e, considerando o papel fundamental da vitamina D na via metabólica do cálcio e a importância dos níveis adequados em associação com o aumento da massa mineral óssea, com o equilíbrio postural e com a prevenção de fraturas, o presente estudo tem o objetivo de realizar uma análise sobre os riscos da hipovitaminose D para os homens idosos diagnosticados com osteoporose, para prover mais informações para os profissionais da saúde, familiares e cuidadores, observado que é uma doença não frequentemente associada ao sexo masculino, por meio de consulta em acervo bibliográfico.

Fica evidente o importante papel da vitamina D para o homem idoso no contexto da doença óssea. Ao analisar os resultados desta pesquisa encontrou-se que a hipovitaminose D é mais recorrente nos homens, pelo princípio da ausência do autocuidado, pois é baixo o percentual de uso da suplementação para corrigir a insuficiência, e assim, evitar a deficiência, com consequente fragilidade muscular, quedas e fraturas com impacto no aumento da morbimortalidade nesse público. Enfatiza-se que a suplementação com a vitamina D é essencial para a regeneração óssea e cicatrização após cirurgias, facilitando a recuperação do idoso.

O estudo realizado apresentou uma limitação importante quanto à amostra das publicações. As mulheres idosas compõem a maior parte do total das amostras isso é explicado devido aos estudos serem realizados em clínicas e hospitais e as idosas tem o hábito de ir aos serviços primários de saúde.

Os homens idosos consomem reduzidas quantidades de vitamina D na dieta e ou suplementos, apresentam elevada frequência de hipovitaminose D, tem maior risco da deficiência grave, por isso, há tendência de apresentar precocemente a osteoporose, bem como, mais casos de fraturas. Contudo, o uso da suplementação da vitamina D é capaz de refrear as condições mencionadas anteriormente e repercutir positivamente na qualidade de vida da pessoa idosa.

Diante disso, sugere-se a implementação de políticas públicas voltadas para o idoso do sexo masculino, para incentivar a busca pelo bem-estar e longevidade, com melhorias dos hábitos de vida envolvendo o consumo de alimentos fortes de vitamina D e ou fortificados e, adesão ao tratamento dietético por meio de suplementos.

Autores

Profa. Dra. Martha Teresa Siqueira Marques Melo - Doutora em Alimentos e Nutrição. Mestre em Ciências e Saúde. Docente do Departamento de Nutrição da Universidade Federal do Piauí (UFPI). Teresina, Piauí, Brasil.

Larissa Prado Leal - Graduanda em Nutrição. UFPI. Teresina, Piauí, Brasil.

Ellienai Erika Pereira de Sousa - Graduada em Nutrição. UFPI. Teresina, Piauí, Brasil.

Profa. Dra. Ivone Freires de Oliveira Costa Nunes – Doutora. Mestre em Alimentos e Nutrição. Docente do Departamento de Nutrição da UFPI. Teresina, Piauí, Brasil.

Profa. Dra. Bárbara Verônica Cardoso de Souza - Doutora em Biotecnologia. Mestre em Ciências e Saúde. Docente do Departamento de Nutrição da UFPI. Teresina, Piauí, Brasil.

Profa. Dra. Suely Carvalho Santiago Barreto - Doutora em Nutrição Humana. Mestre em Tecnologia de Alimentos. Docente do Departamento de Nutrição da UFPI, Teresina, Piauí, Brasil.

Profa. Dra. Clélia de Moura Fé Campos - Doutora em Alimentos e Nutrição. Mestre em Ciências e Saúde. Docente do Departamento de Nutrição da UFPI, Teresina, Piauí, Brasil.

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