1 - O que é ABESO? Quais são os membros da nova diretoria que tomou posse em 19/08/2001?
A ABESO, Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade, sociedade médica fundada há 15 anos, congrega profissionais de saúde, entre médicos, nutricionistas, professores de educação física, psicólogos, interessados na prevenção, no estudo e no tratamento da obesidade. Os atuais diretores, que congregam a chapa juntamente comigo, eleitos durante o 9o Congresso Brasileiro de Obesidade, em Foz do Iguaçú, em 19 de agosto p.p., são: Dra. Sandra M. F. Villares (Vice-Presidente), Dra. Zuleika Salles C. Halpern (Secretária-Geral) e Dr. Mario Kehdi Carra (Tesoureiro).
2 - Quais são os principais objetivos que a ABESO quer alcançar nesta nova gestão?
A ABESO, em suas últimas duas gestões, conseguiu firmar-se como sociedade independente, ganhar respeito e identificação com as sociedades de endocrinologia, com as quais integra a Federação Brasileira de Sociedades de Endocrinologia, trazer para o Brasil o mais importante Congresso em Obesidade, o 9o Congresso Internacional de Obesidade, que ocorrerá em São Paulo em 24 a 29 de agosto de 2002 e realizar o Consenso Latino-Americano de Obesidade.
É intenção desta Diretoria tornar pública a necessidade de reconhecimento da Obesidade como doença e necessidade de tratamentos sérios, assim como levar informações ao público sobre o que presta e o que não presta em termos de tratamentos propostos, uma vez que existe uma gama imensa de produtos inúteis que exploram a boa fé do paciente com obesidade.
3 Em que situação se encontra a epidemia da obesidade no Brasil?
Comparativamente a países como Estados Unidos e Alemanha, a prevalência brasileira é pequena. Porém, é nitidamente crescente na maior parte das faixas etárias, de renda e de distribuição geográfica. Cerca de 10% dos brasileiros apresenta obesidade e 1/3 apresenta excesso de peso.
4 Quais são as principais normas recomendadas pelo consenso latino americano de obesidade?
O principal ponto do Consenso aborda as formas éticas e recomendadas de tratamento. Este é um ponto crucial, uma vez que a abordagem da perda de peso como problema estético e as formas de tratamento não reconhecidas cientificamente, como mesoterapia, cremes, acupuntura e fitoterapia desmerecem a seriedade com que esse problema deve ser tratado. A oferta de produtos por meios de comunicação, e até mesmo propagados por figuras reconhecidas no meio político e esportivo fazem da Obesidade um comércio, e isto deve acabar.
5 -Todos os obesos apresentam patologias associadas? E quais são as principais doenças decorrentes da obesidade?
Nem sempre essas doenças são aparentes. Muitas vezes pode haver uma sobrecarga pancreática, que produz mais insulina que o normal para manter o equilíbrio da glicose no sangue, e isto já é anormal. As doenças aparecem, mais cedo ou mais tarde e o fato é que pacientes obesos morrem mais cedo do que pacientes de peso normal. As doenças acometem praticamente todos os aparelhos do organismo.
Doenças cardíacas, pressão alta, doenças respiratórias, trombose e embolia, apnéia do sono, problemas cutâneos, diabetes, dislipidemias, problemas psicológicos, infertilidade, maior propensão a traumas. A lista é imensa...
6- Que medidas deverão ser tomadas em sua opinião para diminuirmos a epidemia da obesidade e doenças associadas no Brasil?
Em minha opinião, a palavra chave é “informação”. Informar o obeso sobre o que presta e o que não presta em relação ao tratamento, desviando os pacientes dos charlatões e dos produtos inúteis. Informar o obeso de que merece e deve ser tratado, trazendo os pacientes que nunca se trataram ao médico. Isso é essencial. Também é importante que tanto o governo como os planos privados de saúde convençam-se que é mais fácil e mais econômico tratar da obesidade, do que tratar das complicações futuras da obesidade.
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