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Nutricionista Voluntário - Programa Adotei um Sorriso

1) Qual a missão da Fundação Abrinq e do Instituto Ayrton Senna?
A Fundação Abrinq, instituição privada sem fins lucrativos que tem como missão promover a defesa dos direitos e o exercício de cidadania de crianças e adolescentes; e o Instituto Ayrton Senna, que visa o desenvolvimento do potencial das novas gerações, formam o Programa Adotei um Sorriso, cujo objetivo é fortalecer os serviços prestados a crianças e adolescentes atendidos por organizações sociais, utilizando recursos da força voluntária.

Os profissionais fundadores dessa rede de voluntários foram os dentistas. Hoje o Programa conta com a adesão de dentistas em todo o território nacional. Agora, além dos dentistas, podem participar arquitetos, bacharéis em direito, enfermeiros, fonoaudiólogos, médicos pediatras, nutricionistas e psicólogos.

2) Como ocorre a participação do nutricionista?
A atuação dos profissionais pode ocorrer no próprio local de trabalho (consultórios) ou em organizações sociais (creches, abrigos, centros educacionais e de defesa) capacitados para receber e gerenciar o trabalho voluntário.
Comitês técnicos, também voluntários, realizam o acompanhamento periódico das ações feitas pelos profissionais especializados nessas atividades.
O nutricionista iniciará sua atuação com uma visita técnica à organização social para levantar as necessidades da mesma, tendo em vista a elaboração de um Plano de Ação contendo o cronograma anual de suas atividades.

3) Como ocorre o contato entre o nutricionista e os funcionários da entidade social?
Ao estabelecer o primeiro contato com os funcionários na organização social, o nutricionista pode anotar seu nome e função, procurando saber como ele trabalha no local, visando, assim, identificar possíveis dificuldades que poderão facilitar suas orientações posteriores. O coordenador da organização social também pode fornecer o organograma do local ao voluntário.

Este documento traz muitas informações sobre os funcionários e a organização social.
Se for indicado para trabalhar voluntariamente em uma organização social conveniada à Secretaria Municipal de Ação Social ou correlata, o nutricionista voluntário deverá contatar o profissional responsável pela supervisão e estabelecer parceria no desenvolvimento de seu Plano de Ação.

4) Como é realizada a avaliação nutricional?
Se a organização já vem realizando este procedimento, seja através de seus funcionários ou através do trabalho voluntário dos enfermeiros, o nutricionista fará apenas a avaliação nutricional, utilizando-se dos dados que já são colhidos pela organização. Se isso não acontece, o voluntário deverá levantar os dados que se seguem.

  • Peso e altura
O acompanhamento do peso e da altura de crianças ou adolescentes pode refletir seu estado de saúde como um todo. Os dados servem de parâmetros do crescimento e desenvolvimento da criança ou adolescente. O índice peso/altura relaciona a massa corporal com a altura e pode servir de indicador de desnutrição aguda. Já o índice altura/idade mede o crescimento linear da criança. Baixas adequações deste indicador caracterizam desnutrição crônica ou retardo no crescimento.

O baixo índice de altura para idade significa uma desaceleração do crescimento esquelético, ou seja, a criança e/ou adolescente sofreu um prejuízo de crescimento causado pela má nutrição, de longo prazo, no passado. Esta deficiência é freqüentemente associada à falta de condições econômicas satisfatórias, infecções crônicas ou repetitivas e ingestão nutricional inadequada.
As crianças e os adolescentes com problemas de peso e/ou altura seguem orientações especiais e são acompanhados e monitorados com maior atenção pela organização social. Este cuidado é estendido, inclusive, aos pais e responsáveis.

5) Como é realizada a supervisão e treinamento na entidade social?
Nas visitas periódicas, o nutricionista supervisionará a rotina das refeições, verificando o cardápio elaborado e as quantidades servidas; o controle dos gêneros alimentícios; as técnicas e a higiene das cozinheiras e auxiliares no preparo da alimentação; a aceitação das preparações pelas crianças; e o ambiente emocional durante as refeições. Se o horário da visita impedir a observação desta rotina, o nutricionista colhe os dados com os funcionários responsáveis.

Dependendo das necessidades encontradas, o voluntário pode programar treinamentos para os profissionais da organização social. O pessoal que trabalha na cozinha, por exemplo, pode ser capacitado sobre assuntos relevantes para o grupo como higiene dos ambientes e nos preparos das
refeições; ou ainda discutir a variação do cardápio utilizando diversos grupos de alimentos; ou mesmo esclarecendo dúvidas sobre direitos do consumidor e prevenção de doenças transmitidas pelos alimentos.

O nutricionista avalia o interesse do grupo e estimula a melhor qualidade dos serviços prestados.
Para as educadoras da organização social, o nutricionista pode oferecer treinamentos sobre as dificuldades na alimentação da criança (inapetência, desnutrição e anemia, por exemplo), estimular a educação alimentar nas salas de aula, oferecendo oficinas de culinária e atividades com alimentos, ou relacionadas a eles, adaptadas à idade das crianças e adolescentes.

No caso da organização social ter crianças ou adolescentes desnutridos e/ou com anemia, o nutricionista, a partir de uma orientação médica, assessora diretamente os educadores, o pessoal da cozinha e auxiliares de enfermagem (se houver) para que a dieta dessas crianças ou adolescentes seja específica. Neste caso, as orientações e treinamentos poderão, eventualmente, ser estendidos aos pais, para que haja continuidade das ações nos lares das crianças.

6) Como é realizada a educação alimentar na entidade social?
Nas organizações sociais, a educação alimentar ocorre em diferentes momentos. Seja, direta ou indiretamente, ela está presente no ambiente onde as crianças fazem as refeições cotidianas, no cardápio oferecido e até nas interferências mais diretas com a criança, como nas atividades pedagógicas propostas para que aprendam a relação dos alimentos e seus efeitos no organismo.
Para identificar se a organização social promove educação alimentar, o voluntário deve, inicialmente, verificar a situação atual, levantando os seguintes pontos:

- Separar grupos de crianças por faixa etária - de 0 a 3 anos e de 4 a 6 anos - ou por jovens - de 7 a 18 anos.
- Número suficiente de mesas e cadeiras, que sejam adequadas ao tamanho das crianças ou dos jovens; utensílios utilizados; utilização de toalhas ou jogo americano nas mesas; como são feitos os turnos nas refeições.
- A distribuição das preparações é em pratos feitos? Self-service? Em travessas na mesa? Buffet?
- A atitude dos adultos nas refeições: como é feito o controle do ambiente? São ensinadas as boas maneiras no momento das refeições?
- Como é o relacionamento dos adultos com crianças e/ou adolescentes e das crianças e adolescentes entre si?
- Como é o relacionamento das crianças e adolescentes durante as refeições (com quem sentam à mesa? Como se comportam? Com quem conversam? Como é o clima afetivo do grupo? Quais são as atitudes em relação aos companheiros?
- Como as crianças e adolescentes estão comendo? Com colher? Com garfo e faca? Usam guardanapo? Tomam água ou suco durante ou depois das refeições?

7) Como são realizadas as atividades educativas na entidade social?
As atividades educativas (oficinas de culinária, histórias, músicas, jogos dramáticos), que têm a alimentação como tema, servem também para educar as crianças e adolescentes com relação a sua alimentação. Oficinas de culinária podem estar vinculadas ao ensino das quatro áreas do conhecimento (língua portuguesa, matemática, ciências e artes). Os educadores podem desenvolver atividades com conceitos de pesos e medidas, quantidades e volumes, noções frio e quente, texturas e consistências.

As oficinas de culinária também podem fazer com que crianças e adolescentes aceitem alimentos, como legumes e verduras, se eles estiverem relacionados a atividades prazerosas e a oportunidades de vivências novas e criativas.
Há diversas possibilidades para se trabalhar com as crianças e os adolescentes dentro da culinária: salada de frutas, salada de legumes, salada de folhas, confecção de bolo, gelatina, pudim, doces típicos da região, etc.

É importante, porém, sempre incluir noções de higiene e compartilhar com o grupo o resultado final.
Com os jovens há alternativas mais interessantes para a faixa etária, como a confecção de lanches saudáveis – sanduíches balanceados, que valem por uma refeição, vitaminas com diferentes frutas brasileiras, pizzas, elaboração de pratos típicos da região, ou mesmo a participação em comemorações e festas na comunidade (Páscoa, São João, Natal, entre outras).

A nutrição nos esportes também é um tema bastante importante para ser abordado com os adolescentes. Os educadores podem, inclusive, elaborar e confeccionar cardápios de acordo com o tipo de esporte ou atividades físicas que o grupo pratica.
A organização social pode também inserir atividades alimentares diferentes das refeições cotidianas, como servir as refeições fora do refeitório, piqueniques na área externa, brincadeiras de "restaurante" ou "lanchonete", festa para os aniversariantes do mês, entre outras.
A educação alimentar poderá ser extensiva à família, por meio de reuniões periódicas com ensinamentos práticos, dentro dos interesses do grupo.

8) Que mensagem vocês querem deixar para os profissionais nutricionistas?
A Fundação Abrinq e o Instituto Ayrton Senna, através do Programa Adotei um Sorriso, conta com a colaboração dos profissionais para contribuir e criar condições e oportunidades, de modo que todas as crianças e adolescentes possam desenvolver plenamente seu potencial como pessoas e como cidadãos.

9) Como os profissionais nutricionistas podem participar do programa?
O Nutricionista interessado em participar do PROGRAMA ADOTEI UM SORRISO poderá entrar em contato com a Fundação Abrinq pelos Direitos da Criança/Instituto Ayrton Senna através do telefone (011) 3081-0699, ou por e-mail adoteiumsorriso@fundabrinq.org.br. Maiores informações também podem ser obtidas acessando o site www.fundabrinq.org.br

Autores

Dra. Alyne Alves de Souza Nutricionista responsável pela Clínica de Nutrição do Centro Universitário São Camilo, nutricionista voluntária do Comitê Técnico do Programa Adotei um Sorriso da Fundação Abrinq/Instituto Ayrton Senna.
Dra. Cecília Vasconcelos Holland Mestre e doutoranda pelo Curso de Nutrição Humana Aplicada/USP, nutricionista voluntária e do Comitê Técnico do Programa Adotei um Sorriso da Fundação Abrinq/Instituto Ayrton Senna.
Dra. Claudia Alves Musa Nutricionista voluntária do Comitê Técnico do Programa Adotei um Sorriso da Fundação Abrinq/Instituto Ayrton Senna.
Dra. Eliana Menegon Zaccarelli Docente da Universidade Bandeirantes (UNIBAN), nutricionista voluntária e do Comitê Técnico do Programa Adotei um Sorriso da Fundação Abrinq/Instituto Ayrton Senna.
José Eduardo Andrade Coordenador do Programa Adotei um Sorriso, Fundação Abrinq/Instituto Ayrton Senna.

Os autores estão em ordem alfabética

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