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A relação do Marketing na alimentação infantil

A obesidade infantil é um dos maiores desafios para a saúde pública. No Brasil entre o ano de 2014 a 2018 conforme o quadro 1 tivemos um aumento de sobrepeso e obesidade.

A publicidade pode causar vários efeitos no comportamento alimentar de crianças. A organização Mundial de saúde comprovou que 78 % dos estudos avaliados correlacionam publicidade de alimentos e comportamento alimentar de crianças. O marketing alimentar visa os aspectos positivos do alimento, mas não pressupõe uma alimentação saudável, essas informações podem ser interpretadas de formas errôneas, por exemplo: Alimentos ricos em açúcar serem considerados alimentos que fornecem energia para uma criança poder estudar e brincar.

A socialização do consumidor pode ser dividida em cinco etapas:
•    Observação: a criança realiza contato com o mundo do marketing e a realização é realizada pelos pais
•    Pedir artigo de consumo: A partir dos dois anos de vida a criança começa a solicitar itens, em especial alimentos.
•    Seleção: Etapa em que a criança quer escolher seus próprios alimentos no supermercado
•    Desejo de ser adulto: Desejo de escolher, comprar e pagar os seus próprios alimentos.
•    Ser consumidor ativo: Acontece por volta dos oito anos, escolher e comprar seus produtos sozinhos.

Há um crescimento de estratégias de marketing direcionadas ao público infantil, visto que a criança realiza uma grande influência de escolhas alimentares da sua família além de serem potenciais consumidores no futuro. A televisão tem enorme influência nos hábitos das crianças. Crianças brasileiras passam pelo menos cinco horas por dia assistindo TV.

Em alguns estudos realizados com gravação de programa de televisão que tem como público crianças, 22,9% das propagandas são destinadas a alimentos. É notável que após a exposição de 30 segundos, crianças de 3 a 5 anos podem mudar sua concepção sobre um alimento, fazendo com que a criança tenha preferência a alimentos não saudáveis, evidenciando ainda mais o poderoso papel da televisão sobre comportamento alimentar de crianças. A maior parte das propagandas de alimentos para o público infantil são de produtos com alto teor de açúcar, sódio, gordura trans e saturada.

A criança quando assiste ao comercial ou observa na embalagem do produto alimentar um super herói ou uma princesa acredita que se consumir aquele alimento terá como consequência vários benefícios, dentre eles força, beleza e felicidade.

Existem regras e limites na Constituição Federal, no Código de Defesa do Consumidor, no Estatuto da Criança e do Adolescente e no Conselho Nacional de Auto regulamentação Publicitária (CONAR) para a realização de publicidade infantil. Caso uma das regras sejam descumpridas a propaganda tem os anúncios suspensos.

Seguem as regras utilizadas:
Proibido verbos imperativos: Compre; Adquira.
Apelo discriminatório: Proibido propagandas que desvalorize a família, a educação, a diversidade, a vida saudável, a proteção ao meio ambiente.
Propagandas que causam constrangimento ou sensação de inferioridade.
Uma marca com propaganda e rotulagem clara pode atrair clientes, pois elas ajudam o consumidor a entender o que ele está consumindo. As informações devem ser verdadeiras as consequências caso não ocorra é multa e ter a publicidade suspensa, além de que perda de confiança dos consumidores.
Conclui-se que a propaganda e o marketing têm influência negativa nas escolhas alimentares de crianças. A regulamentação da publicidade e marketing infantil é primordial e deve ser realizada para evitar escolhas de alimentos ultra processados ricos em gordura, açúcar e sódio.

Fonte
Dra. Raíssa de Melo Matos Ferreira - Nutricionista, Pós graduada em Nutrição Esportiva e fisiologia do exercício-UFG, Mestranda em Ciência e Tecnologia de Alimentos no Instituto Federal Goiano, Campus Rio Verde – Goiás.

Dra. Mayra C. Peixoto Martins Lima - Engenheira de Alimentos, Professora Doutora no Instituto Federal Goiano, Campus Rio Verde – Goiás.

REFERÊNCIAS
Han E, Powell LM. Consumption patterns of sugar-sweetened beverages in
the United States. J Acad Nutr Diet. 2013;113(1):43–53

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa de Orçamentos Familiares 2008-2009: Antropometria e Estado Nutricional de Crianças, Adolescentes e Adultos no Brasil. Rio de Janeiro; 2010.

Lemos AR. Análise da comunicação de marketing no varejo de alimentos no município de São Paulo [dissertação de mestrado]. São Paulo: Universidade de São Paulo; 2011

Louzada ML, Baraldi LG, Steele EM, Martins AP, Canella DS, Moubarac JC, et al. Consumption of ultra-processed foods and obesity in Brazilian adolescents and adults. Prev Med. 2015; 81:9–15

Morgen CS, Sorensen TI. Obesity: global trends in the prevalence of overweight and obesity. Nat Rev Endocrinol. 2014;10(9):513–4.

King DM, Jacobson SH. What Is Driving Obesity? A Review on the Connections Between Obesity and Motorized Transportation. Curr Obes Rep. 2017; 6(1):3–9.

Ward ZJ, LongMW, Resch SC, GilesCM, Cradock AL, Gortmaker SL. Simulation of growth trajectories of childhood obesity into adulthood. N Engl J Med. 017;377(22):2145–53.




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