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Como as ‘dietas malucas’ afetam o coração

1) Por que as dietas da moda fazem tanto sucesso?
Na tentativa de atuar como fator preponderante para diminuição do peso e controle da obesidade, surgiram, nos últimos anos, dietas que prometem emagrecimento com rapidez. Conhecidas como da dietas da “moda” “malucas”, elas prometem resolver aqueles quilinhos indesejáveis. Essas dietas recomendam o uso de planos alimentares com restrição energética extrema, como exemplos as famosas “Dieta da Sopa”, que enfatiza o consumo de um único grupo de alimentos e a “Dieta da Lua”, que parte do princípio de que o satélite da Terra é capaz de influenciar os líquidos do nosso corpo e que, a cada mudança de sua fase, a pessoa deve limitar-se apenas ao consumo de sucos, sopas e líquidos durante 24 horas.

2) Essas dietas podem acarretar consequências prejudiciais ao organismo humano?
Por serem muito restritas em calorias, elas podem levar ao aumento nas cetonas urinárias, que interferem na liberação renal do ácido úrico. Como consequência, elevam os níveis séricos desse ácido, o que pode levar ao aparecimento de gota. O colesterol sanguíneo pode aumentar em razão da mobilização da gordura corporal, levando ao risco de desenvolvimento de cálculo biliar e doenças cardiovasculares. A redução na concentração de hormônios tiroidianos ativos diminui o gasto basal de energia, responsável pelos períodos mais longos de repouso e menos trabalho físico nos indivíduos. Além disso, outras reações podem ser observadas em dietas de valor calórico muito baixo como a diminuição do débito cardíaco, frequência cardíaca e pressão arterial. O potássio corporal total também diminui por causa da redução nas proteínas musculares, causando a perda de potássio intracelular.

3) Seguidores destas dietas conseguem o resultado esperado?
Essas dietas podem trazer malefícios à saúde das pessoas que as praticam, manifestando-se por meio de inúmeros sintomas. O sucesso almejado pelo uso dessas dietas é baixo em longo prazo, quando comparado as dietas corretas e saudáveis.

Autor

Dra. Valéria Arruda Machado Nutricionista da SOCESP (Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo)

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