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Novas tendências na alimentação: alimentos de origem animal

1) As pessoas estão procurando se alimentar melhor?
Comer de maneira natural apresenta cada vez mais adeptos. Mais que um modismo passageiro, a alimentação saudável, bem como a prática de atividade física - não fumar, beber moderadamente, dormir bem, entre outros - já fazem parte do cotidiano de um número razoável de pessoas, que buscam qualidade de vida e, sobretudo, boa forma física.

2) Estão fazendo mais restrição de alimentos?
Nessa tendência, é crescente em nosso país o número de pessoas que aderem, muitas vezes sem conhecimento ou orientação específica, a uma dieta com restrição parcial ou total dos alimentos de origem animal, como carnes (especialmente as vermelhas), leite, peixe, frango, ovos, entre outras.

Esse fenômeno, por sua vez, pode ser corroborado pela crescente venda de produtos “substitutos” aos produtos de origem animal, pelo aumento da procura por restaurantes com opções vegetarianas- ou restaurantes “naturais” - e ao número de publicações destinadas ao assunto.

A alimentação natural, que sempre foi associada a uma comida insossa, atualmente aparece de forma criativa, atraente e variada. É possível encontrar em praticamente todas as grandes cidades brasileiras "restaurantes naturais" – em geral bufês vegetarianos orgânicos ou não, com cardápios vegetarianos tão diversificados e saborosos quanto os de restaurantes convencionais.

3) Os alimentos de origem animal estão sendo excluídos da alimentação?
Os alimentos de origem animal são habituais na população, portanto sua exclusão parcial ou total é considerada desvio alimentar. Para que não seja prejudicial à saúde, principalmente nas dietas mais restritivas, estas devem ser orientadas por um profissional capacitado.

Dentre os grupos que excluem os alimentos de origem animal estão os vegetarianos, os veganos, e os adeptos de dietas macrobióticas, frugívoras ou frutarianas, do crudivorismo e do higienismo.
Dieta macrobiótica – pode ou não ser vegetariana e está associada a uma filosofia de vida; Dieta frugívora – exclui alimentos de origem animal e os vegetais folhosos;
Crudivorismo – são excluídos os alimentos cozidos; Higienista – evita certas combinações de alimentos.

4) Quais os benefícios das carnes na alimentação?Como deve ser utilizada?
A carne vermelha habitualmente consumida é um alimento rico em nutrientes, com substâncias fundamentais para o crescimento e desenvolvimento humano. É importante fonte de proteína de alto valor biológico, lipídios (gordura), é o alimento que contém a maior quantidade de ferro, importante para a prevenção de anemia, zinco, magnésio, alta concentração e disponibilidade de vitaminas do complexo B, em especial a B12, sódio, potássio e outros nutrientes importantes.
O ferro, presente na carne vermelha, apresenta ampla biodisponibilidade, em comparação ao ferro contido nos alimentos vegetais. A ingestão de níveis adequados de zinco é um desafio em todas as dietas, porém sua disponibilidade pode ser menor nas dietas vegetarianas, uma vez que a carne promove a absorção deste nutriente e o aumento de fitatos nesse tipo de dieta reduz a sua absorção.

No entanto, podem fornecer quantidades significativas de gordura saturada, que variam de acordo com a raça e o manejo alimentar do animal, e do corte da carne. Por sua grande concentração de gordura saturada foi associada a doenças como obesidade, diabetes e doenças cardiovasculares.

O valor do colesterol, independentemente do tipo de carne ou de preparo, não varia significativamente. Ao se preparar quaisquer tipos de carnes, é necessário que se remova a gordura aparente e a pele (aves), pois a gordura penetra no interior da carne durante o preparo.

A carne branca, apesar de possuir menor percentual de ferro, faz parte do cardápio dos que não consomem a carne vermelha, assim com os peixes e os frutos do mar. Estes são ricos em gordura boa, que contribui para a diminuição do LDL (colesterol ruim) e alguns contêm ômega 3 responsável por prevenir doenças do coração entre outras funções. Outra vantagem da carne branca é de apresentar uma melhor digestão.

A carne processada, por sua vez, está relacionada ao aumento de chance de uma pessoa desenvolver câncer e problemas cardíacos, principalmente pelo seu teor de gorduras e de sódio.
Estudos que avaliaram o impacto de planos alimentares com consumo controlado de carne vermelha indicam que é possível que ocorra redução da pressão arterial e menor risco de mortalidade por doenças cardiovasculares.

Grupos vegetarianos também apresentam menores níveis de colesterol sanguíneo quando comparados a onívoros. As dietas vegetarianas, e até mesmo as veganas, se bem planejadas, conseguem atender às necessidades nutricionais individuais.

Os nutrientes que exigem atenção para o ovolactovegetariano são ferro, zinco, e ômega-3, que devem ser monitorados para melhorar a biodisponibilidade da dieta. Para tal, é recomendado associar o consumo de alimentos ricos em vitamina C. Na dieta vegetariana estrita, também deve se dar atenção à vitamina B12 e ao cálcio. As bebidas vegetais fortificadas com cálcio são opções de substituição para o leite de vaca.

A soja, por exemplo, é uma grande aliada nesse caso, ela é rica em ferro, embora a sua absorção seja inferior à da carne, contém fibras e é uma ótima fonte proteica.
A gordura de que o nosso corpo precisa, pode ser encontrada em outros alimentos saudáveis como nozes, amêndoas, avelãs e frutas.


5) Que Alimentos que devem ser incluídos na dieta com exclusão de carne?
Cereais integrais (arroz, aveia, quinua e trigo)
Leguminosas (feijões, lentilha, grão de bico, soja e ervilha)
Verduras Verde-Escuras
Castanhas, nozes
Sementes de linhaça, gergelim, girassol
Frutas cítricas e não cítricas
Frutas secas
Levedo de cerveja
Azeite de oliva e óleo de linhaça.

Autor

Dra. Mônica Glória Neumann Spinelli Nutricionista, mestre e doutora em Saúde Pública pela Faculdade de Saúde Pública da USP. Profa. Adjunta da Universidade Presbiteriana Mackenzie.

Os autores estão em ordem alfabética

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