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Exames Laboratoriais e Antropometria como Parâmetros na Avaliação Nutricional dos Pacientes Submetidos a Hemodiálise na Unidade Renal de Itajaí/SC

Com o objetivo de avaliar o estado nutricional através dos parâmetros laboratoriais e antropométricos, foram avaliados 97 pacientes, 58 homens (60%) e 39 mulheres (40%) que recebiam tratamento hemodialítico na Unidade Renal de Itajaí. Avaliando os prontuários, foram coletados: albumina sérica, hematócrito, uréia pré e pós-diálise, cálcio, potássio e fósforo séricos e creatinina, de jul/01 a jun/02; além de peso e estatura. Verificou-se que pacientes com IRC apresentam níveis baixos de cálcio (9,55mg/dl), albumina (< 4,0 g/dl), hematócrito (< 30%) e PRU (68%), e níveis elevados de fósforo (6,30mg/dl).

Quanto ao potássio, sua média foi 5,17mEq/l. Segundo IMC, 12% apresentam grau de magreza, 23% sobrepeso e 65% são eutróficos. Nota-se a necessidade de maiores cuidados nutricionais, para que estes indivíduos possam ter uma manutenção substancial de seu estado nutricional. Porém, é necessário salientar que dados laboratoriais e antropométricos são apenas alguns dos parâmetros para verificação do estado nutricional. Isto mostra a importância de análise dos métodos quanto aos objetivos e subjetivos mais completos para a avaliação nutricional.

Dentre as diversas enfermidades que acometem o rim, algumas comprometem a função renal rapidamente, e outras fazem de maneira lenta, mas progressiva. O resultado final são múltiplos sinais e sintomas decorrentes da incapacidade renal de manter a homeostasia interna (Riella, 1986 & Brenner e Stein, 1986).
Quando um paciente apresenta perda da função renal (Insuficiência Renal Crônica – IRC) em torno de 90 – 95%, a diálise é indicada.

A hemodiálise (HD) é um processo de filtração do sangue que remove o excesso de líquido e metabólitos, e também aminoácidos, peptídios, vitaminas hidrossolúveis. A terapia é intermitente e ocorre acúmulo de substâncias tóxicas e líquido nos intervalos interdialíticos (Martins & Riella, 2001). Com o passar do tempo pode levar o paciente à deficiências nutricionais e desnutrição (Schneeweiss et al, 1990).

Os maiores determinantes da morbidade e mortalidade em HD são o estado nutricional dos pacientes (Kaminski et al, 1991& Lowrie et al, 1990) e a adequacidade da diálise (Held et al, 1991 & Owen et al, 1993). Pacientes bem dialisados apresentam maior bem-estar geral e, conseqüentemente, melhor ingestão alimentar (Martins & Riella, 2001).

A desnutrição calórico-protéica é comum nos pacientes em HD (Kaminski et al, 1991 & Markmann,1988), e as causas incluem: ingestão alimentar deficiente, distúrbios hormonais e gastrointestinais, restrições rigorosas na dieta, uso de medicamentos que interferem na absorção de nutrientes, diálise insuficiente e presença de enfermidades intercorrentes. A uremia, a acidose metabólica e o procedimento de HD são hipercatabólicos e estão associados com aumento da proteólise muscular e perdas de nutrientes no paciente (Martins & Riella, 2001).
Segundo Blumenkrantz et al (1980), a desnutrição é muito mais freqüente entre os pacientes submetidos à HD do que se imagina, ocorrendo valores anormais de parâmetros nutricionais mesmo em indivíduos considerados bem nutridos.

Uma avaliação adequada do estado nutricional é fundamental antes que o processo de desnutrição se inicie. Entretanto, não se tem estabelecido quais métodos seriam mais adequados para avaliar o estado nutricional dos pacientes com doença renal crônica (Acchiardo el at, 1983 & Cano et al, 1987). Porém, utiliza-se: estimativas de ingestão alimentar, antropometria, testes bioquímicos, bioimpedância elétrica e Avaliação Subjetiva Global – SGA (Acchiardo, 1995). Estes são muito discutidos em pacientes com IRC devido as constantes variações hídricas e, devido aos distúrbios metabólicos que ocorrem nesta população, podendo invalidar muitos dos métodos utilizados.
A partir dessas considerações, torna-se clara a importância de se estabelecer o perfil nutricional dos pacientes em HD, seja qual for o método utilizado.

Autor

Dra. Daniela Maito Nutricionista Clínica da Unidade Renal de Itajaí, Pós Graduada pela Universidade Federal do Paraná

Os autores estão em ordem alfabética

Este artigo é um resumo. O artigo em sua íntegra pode ser encontrado na revista Nutrição em Pauta, edição Jan/Fev/2003

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