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Perfil dos Pacientes Recebendo Suporte Nutricional

O cuidado nutricional é um conjunto de medidas a serem tomadas a fim de prover nutrientes com a finalidade terapêutica atendendo suas necessidades, prevenindo complicações e o agravamento da doença.

O objetivo deste estudo foi avaliar o perfil dos pacientes recebendo suporte nutricional, internados no Hospital São Vicente de Paulo no município de Passo Fundo – RS. A amostra foi colhida nos primeiro vinte e três dias do mês de setembro de 2002 (75% da amostra), através da analise dos mapas de suporte nutricional. Observou-se maior índice no sexo masculino, acima de 60 anos e portadores de distúrbios neurológicos.

Também se verificou o aparecimento de diarréia em 8,88% dos pacientes. A via de administração mais usada neste local é a enteral, sendo que os métodos de infusão encontrados foram nasoentérica, jejuno e gastrostomia. Dos pacientes avaliados 10,4% não tinham informações suficientes, como a idade e doença, dificultando a classificação e oferta ideal de nutrientes desses pacientes.

A relação entre o estado nutricional e a evolução de um paciente tem despertado a atenção da equipe multidisciplinar. Por exemplo, uma depleção protéico-calórica não diagnosticada pode levar a imunodepressão e aumentar os índices de morbidade e mortalidade. A terapia nutricional oferece a ingestão controlada de nutrientes, na forma isolada ou combinada, especialmente formulados para a administração por via oral ou sonda. (David, et. al, 2001)

Segundo Krause (2002), planejar a terapia nutricional requer critérios para estabelecer a escolha das fórmulas enterais ou orais. Atualmente encontram-se múltiplas opções de produtos que deverão ser selecionados de acordo com a condição geral do paciente, sua doença e seu grau de desnutrição.

As doenças crônicas e agudas, físicas e mentais podem oferecer uma visão do estado nutricional do paciente. Nessas doenças incluem-se diabete, doenças cardiovasculares, cerebrovasculares, obesidade, osteoporose, colelitíase, demência e depressão. Normalmente doenças agudas podem indicar uma necessidade maior de energia e ingestão inadequada. (Waitzberg, 2001)

As metas da terapia nutricional se iniciam com a triagem nutricional e passam por diferentes etapas até o final do tratamento, como calcular necessidades, selecionar rota de administração, monitorar a ingestão ou quantidade infundida e monitorar os efeitos da terapêutica.

Para Waitzberg (2000), no decorrer do tratamento é fundamental monitorar e avaliar os resultados obtidos, isso permite verificar a eficiência do planejamento inicial, e alterar conforme a necessidade de cada um. O princípio básico consiste em tomar atitudes preventivas antes do aparecimento de sintomas. Pacientes incapazes de consumir nutrientes suficientes pela via oral devem possuir um trato gastrintestinal funcional para que seja indicada a alimentação enteral. (Stump, 1999)

A ANVISA define nutrição enteral na Portaria n0 337: “Alimentação para fins especiais, com ingestão controlada de nutrientes, na forma isolado ou combinada, de composição química definida ou estimada, especialmente elaborada para uso por sonda ou via oral, industrializados ou não, utilizado exclusiva ou parcialmente para substituir ou complementar a alimentação oral em pacientes desnutridos ou não, conforme suas necessidades nutricionais, em regime hospitalar, domiciliar ou ambulatorial, usando a síntese ou manutenção de tecidos, órgãos ou sistemas.”

É indicado quando houver risco de desnutrição e quando o trato gastrintestinal estiver total ou parcialmente funcional. As contra indicações são relativas e temporárias e a escolha da intervenção adequada requer conhecimento da metodologia.

Deve-se determinar o tempo de nutrição enteral para escolher a via de acesso:

- Via nasogástrica: inserida no nariz até o estômago. (Krause, 2002)

- Nasoduodenal: para pacientes com alto risco de aspiração, refluxo, retardo no esvaziamento gástrico, náuseas e vômitos.

- Gastrostomia/ Jejunostomia: as sondas são colocadas sem procedimento cirúrgico no estômago ou jejuno e trazidas para fora através da parede abdominal para permitir a via de acesso para a alimentação, tudo isso por via endoscópica. (Krause, 2002)

- Enterostomia por cirurgia: para pacientes que requerem algum suporte nutricional e submetidos a algum procedimento cirúrgico.

A terapia nutricional em longo prazo (mais de 6 semana) deve ser oferecida através de uma ostomia gástrica ou jejunal, pois as nasoenterais podem levar a complicações como aspiração pulmonar, lesão da mucosa do trato gastrintestinal, infecções das vias aéreas e respiratório, estenose esofágica e paralisia das cordas vocais.

As fórmulas enterais, geralmente são classificadas baseadas na sua composição protéica ou de todos macronutrientes. A seleção do método de administração é baseado no estado clínico do paciente e qualidade de vida. Um método pode servir de transição para o outro. Os métodos mais usados são: Bolo, Gotejamento Intermitente e Gotejamento Contínuo.

Os suplementos nutricionais especializados auxiliam o manejo nutricional de pacientes em situações clínicas que seriam dificilmente contornados com os alimentos convencionais. É o caso de pacientes que necessitam de dietas restritas, em gorduras mas os demais nutrientes precisam ser suplementados (Waitzberg, 2001).

Os cuidados nutricionais em pacientes com lesão no sistema nervoso são determinantes na evolução das neuropatias. A dieta deve ser equilibrada em nutrientes para suprir as necessidades e reverter às carências calóricas, protéicas, vitamínicas, salinas e de micronutrientes.

A alimentação pode ser realizada por sonda nasogástrica de pequeno calibre para evitar irritação tecidual e as complicações do refluxo gastresofágico. A aspiração para a via respiratória é uma das complicações mais comuns devido à administração rápida de volumes elevados ou íleo paralítico.

De acordo com as citações de Waitzberg (2000), sempre que possível dar preferência para via oral por ser mais natural, mais confortável e menos dispendiosa. Embora as necessidades diárias de muitos nutrientes ainda não tenham sido definidos com precisão, há conceitos aceitos de que determinadas dietas são mais apropriadas para muitas enfermidades crônicas. De modo geral, recomenda-se ingestão moderada de gorduras saturadas, colesterol, açúcares e sal. A composição da dieta deve ser adaptada a situações especiais, que se observam nos doentes diabéticos, nefropatas, cardiopatas e hapatopatas.

Os idosos sob nutrição enteral necessitam de controle para garantir oferta de nutrientes adequada e evitar complicações. Os idosos acamados, neurológicos ou não, apresentam alto risco de broncoaspiração, por isso é mais seguro que a sonda seja posicionada no duodeno.

Autores

Dra. Ana Teresa Lamb Nutricionista pela Universidade Cruz Alta - RS
Dra. Jaine M. Vieira Nutricionista – Professora Ms. Da Universidade de Cruz Alta - RS
Dra. Kelen H. Schmidt Nutricionista - Professora Esp. da Universidade de Cruz Alta - RS

Os autores estão em ordem alfabética

Este artigo é um resumo. O artigo em sua íntegra pode ser encontrado na revista Nutrição em Pauta, edição Set/Out/2003

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