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Terapia Nutricional Nas Doenças Inflamatórias Intestinaisl

As Doenças Inflamatórias Intestinais (DII), por envolverem diretamente o sistema digestório, apresentam comumente como conseqüência direta muitas complicações nutricionais, como a desnutrição protéico-energética (DPE) e retardos do crescimento, da puberdade e da maturação óssea em crianças e adolescentes.

Assim, torna-se fundamental o tratamento nutricional na DII. A terapia nutricional (TN) adequada às necessidades do indivíduo, pode atuar diretamente sobre o estado nutricional, mantendo-o e/ou recuperando-o, com conseqüente benefício na evolução e tratamento da DII. Por outro lado, a TN também representa um tratamento principal ou coadjuvante na indução e manutenção da remissão da DII, por meio do fornecimento de nutrientes com funções fisiológicas específicas.

Estes nutrientes atuam modulando a resposta imunoinflamatória e mantendo a integridade da mucosa intestinal, melhorando o estado clínico e, conseqüentemente, o estado nutricional destes pacientes. Os principais recursos dietéticos disponíveis com função específica para a DII são: Dieta Elementar/Polimérica, Dieta de Exclusão, TGF beta, Pré e Probióticos, Glutamina e Ácido Graxo ω-3 (AG ω-3).

Implicações Nutricionais da DII

A Doença Inflamatória Intestinal (DII) é uma doença inflamatória crônica, de etiologia ainda desconhecida (Geerling et al, 1999). As principais formas de apresentação da DII são representadas pela Retocolite Ulcerativa Inespecífica (RCUI) e a Doença de Crohn (DC).

Apesar da etiologia da DII ainda ser desconhecida, estudos epidemiológicos têm identificado possíveis fatores genéticos e ambientais que poderiam afetar indivíduos susceptíveis. Os principais agentes implicados na origem da doença são os microorganismos, os defeitos no sistema imunológico intestinal e os mediadores químicos (Jayanthi et al., 1991, Mahmud & Weir, 2001).

A DII, por ser uma doença crônica que envolve diretamente o aparelho digestório, apresenta comumente como conseqüência direta, muitas complicações nutricionais influenciando a morbidade e, talvez, a mortalidade destes pacientes (Gassul & Cabre, 2001). Os pacientes com DII podem apresentar comprometimento nutricional acentuado durante os surtos agudos da doença, sendo que a desnutrição crônica ocorre mais freqüentemente na DC do que na RCUI (Ling & Griffiths, 2000) (Figuras 1 e 2).

Pelo fato da DC ocorrer mais freqüentemente durante a faixa etária na qual o “pico” da massa óssea está sendo alcançado (Gokhale et al., 1998), ela pode, portanto, ter um impacto prejudicial na aquisição óssea. Crianças com DC apresentam risco de prejuízo na mineralização óssea devido aos efeitos da própria doença, dos métodos de tratamento e da baixa ingestão de cálcio (Issenman et al., 1993, Frenhani, 2001).

Freqüentemente, crianças com DII têm retardo do crescimento e atraso da puberdade (Cowan et al., 1997, Ballinger, 2002), que pode resultar em um déficit permanente no “pico” da densidade óssea com conseqüente desenvolvimento da osteopenia (Valentine & Sninsky, 1999, Frenhani, 2001) (Figura 2). Assim, torna-se claro o papel fundamental do tratamento nutricional na DII.

Terapia Nutricional

A manutenção do estado nutricional adequado com o fornecimento de dieta adequada às necessidades do indivíduo, traz importantes benefícios para a evolução e tratamento da DII (Geerling et al, 1999). Por outro lado, a terapia nutricional (TN) também pode representar um tratamento principal ou coadjuvante na indução e manutenção da remissão da DII, apresentando, portanto, um efeito direto na atividade da doença (Geerling et al, 1999). A TN, contendo nutrientes específicos, pode promover alteração da flora intestinal com conseqüente alteração da produção intraluminal de substâncias pró-inflamatórias e diminuição da produção de toxinas, promovendo melhora clínica da doença.

Os nutrientes chamados de imunomoduladores, com funções fisiológicas específicas, atuam modulando a função imune e mantendo a integridade da mucosa intestinal, podendo melhorar a resposta imunológica e inflamatória. Os principais recursos dietéticos disponíveis com função específica para a DII, discutidos neste artigo, são (Gassul & Cabre, 2001, Ling & Griffiths, 2000): Dieta Elementar/Polimérica, Dieta de Exclusão, TGF beta, Pré e Probióticos, Glutamina e Ácido Graxo ω-3 (AG ω-3).

Autor

Dra. Patrícia Baston Frenhani Nutricionista pela PUCCAMP, Aprimoramento em Nutrição Pediátrica pela FMUNESP em Botucatu, Mestre pela Faculdade de Ciencias Farmacêuticas da USP, Doutoramento na Johns Hopkins University, Baltimore, USA.

Os autores estão em ordem alfabética

Este artigo é um resumo. O artigo em sua íntegra pode ser encontrado na revista Nutrição em Pauta, edição Nov/Dez/2003

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