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Novos hábitos alimentares

1) Como podemos definir hábitos alimentares?
Hábitos alimentares são tipos de escolha e consumo de alimentos feitos por um indivíduo ou grupo, em resposta a influências fisiológicas, psicológicas, culturais e sociais. Tais hábitos formam-se logo nos primeiros anos de vida e são consolidados nas idades subseqüentes. Nos últimos anos, o aumento do poder econômico e a influência das crianças têm representado fatores determinantes sobre as compras da família em diversas categorias de produtos – principalmente cereais matinais, lanches e guloseimas –, e, nesse sentido, torna-se fundamental atentar e zelar pela alimentação, para que não tenhamos no futuro jovens e adultos precocemente doentes.

O ritmo acelerado da vida moderna também não favorece para a criação de hábitos alimentares saudáveis, pois conduz a uma ingestão cada vez maior de energia, enquanto limita a prática de atividade física. Por conta da correria cotidiana, questões básicas como o respeito ao horário das refeições e a necessidade de um ambiente tranqüilo no momento da alimentação são ignorados. Muitas pessoas não mastigam adequadamente e apenas engolem o alimento, geralmente com a ajuda de grandes quantidades de refrigerante (que “rouba” cálcio do organismo) ou suco, contribuindo para o surgimento de problemas gástricos e para o aumento de peso. A informalidade está presente na maioria das refeições do dia-a-dia. Pratos mais elaborados e a formalidade de ‘colocar a mesa’ faz parte de um ritual apenas em datas especiais como Páscoa e Natal.

2) O padrão alimentar no Brasil está mudando?
Apesar do arroz e feijão estarem presentes na mesa de todos os brasileiros e a carne vermelha no prato de 70% da população, segundo pesquisa qualitativa e quantitativa realizada pela Escola Superior de Publicidade e Marketing (ESPM) em dez capitais brasileiras, com 2.136 pessoas, a tendência de mudanças no padrão alimentar da população brasileira destaca a elevação do consumo de carnes e alimentos industrializados (refrigerantes, biscoitos e refeições prontas) e a redução do consumo de leguminosas, raízes e tubérculos, frutas, legumes e verduras.

As refeições prontas, que representavam baixo percentual de aquisição na década de 1970, também passaram a apresentar uma fatia significativa das calorias disponíveis, superior ao grupo das leguminosas, promovendo aumento calórico e redução no conteúdo total de fibras. Além disso, é preciso destacar o alto conteúdo de sódio e as gorduras saturada e trans contidos nos alimentos industrializados, o que pode contribuir para elevação da prevalência de doenças cardiovasculares – principal causa de mortalidade em todo o mundo.

É preciso dar preferência aos cereais integrais, aos legumes e verduras cruas ricas em potássio, vitaminas e minerais. A televisão também está presente durante todas as refeições para mais da metade da população, fazendo com que a interação entre os familiares diminua e a ingestão calórica aumente, uma vez que o indivíduo deixa de prestar a devida atenção ao que está ingerindo e à quantidade (o mesmo vale para o computador).

3)O que devemos incentivar para que seja preservado nos hábitos alimentares?
A influência salutar na alimentação do brasileiro trazida pelos negros, abundante em milho e feijão, bem como a portuguesa, trazida pela colonização, com temperos naturais como alho, cebola e outras ervas, deve ser preservada e estimulada, pois estes alimentos são fontes de antioxidantes e outras substâncias benéficas para a saúde.

A ingestão de sucos de frutas naturais, e não apenas os de caixinha, deve ser rotina em nossas casas, pois as vitaminas oferecem efeitos diversos daquelas ingeridas nos medicamentos. Já dizia o pai da Medicina, Hipócrates: “faz do alimento teu remédio e do teu remédio tua alimentação!” Quanto mais colorida for sua a refeição, mais apetitosa e saudável ela será.

Autor

Profa. Dra. Vera Lúcia Morais Antonio de Salvo Coordenadora do Curso de Nutrição da Universidade Metodista de São Paulo, Especialista em Nutrição Clínica pela São Camilo e em Teorias e Técnicas para Cuidados Integrativos pela UNIFESP, Mestre em Epidemiologia e Doutora em Ciências pelo Departamento de Medicina Preventiva da UNIFESP.

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