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Nutrindo o Cérebro

O cérebro é formado por várias células nervosas denominadas de neurônios, que por sua vez são compostos de um corpo e núcleo arredondado, com prolongamentos de uma rede de ramos dendríticos e uma única fibra nervosa longa, ou axônio. Na extremidade do axônio encontram-se substâncias químicas denominadas neurotransmissores. Quando ocorre a secreção desses neurotransmissores, as mensagens percorrem as junções ou ?sinapses? na extremidade do axônio de uma célula até receptores específicos em outra (Dai et al, 1998).

A composição da dieta, uso adequado de suplementos e mudanças simples no estilo de vida, inclusive exercícios mentais e físicos são fatores que podem favorecer positivamente o funcionamento cerebral, além de facilitar a captação dos neurotransmissores, essenciais a memória, inteligência, criatividade e humor. Por exemplo, se aumentarmos a ingestão de aminoácido triptofano este atua como precursor da vitamina niacina e do neurotransmissor serotonina que melhora o humor.

Estudos tem demonstrado que a utilização combinada de aminoácido triptofano com carboidratos aumenta a serotonina que demonstra capacidade de aliviar a dor; e caso seja utilizado antes de deitar poderá fornecer sensação de entorpecimento e sono; assim como redução de hiperventilação resultante de ansiedade ou pânico e ação positiva sobre a psicose de Korsakoff ? perda da memória induzida pela ingestão de álcool levando a uma das formas de demência mais prevalente nos Estados Unidos.

A colina presente, por exemplo, no ovo, preconiza o neurotransmissor acetilcolina importante para manutenção de uma boa memória. Sua deficiência parece estar associada a doença de Alzheimer, causa comum de demência, caracterizada por deterioração de memória, capacidade de julgamento e orientação. A manipulação do aminoácido tirosina na dieta, presente por exemplo na soja, atua como precursor de neurotransmissor dopamina essencial a função motora adequada. A utilização de tirosina, anterior à exposição de animais em laboratório ao estresse previne a redução de neurotransmissor norepinefrina, proporcionando energia e alívio do estresse.

Nutrientes como ácido fólico (presentes nos vegetais verde-escuros como brócolis e espinafre, feijões, carne magra, pães integrais, etc) e óleo de peixe (Ômega 3) podem ajudar na determinação da quantidade, caráter e funcionamento de neurotransmissores que alteram o cérebro. Vale a pena ressaltar que o ácido fólico previne, em gestantes, defeitos congênitos no tubo neural; aumento de QI, na Síndrome do X-frágil, distúrbio hereditário, presente no sexo masculino, caracterizado por retardo mental(Alpert et al, 1997).

Ao longo da vida, as células, inclusive as do cérebro, são danificadas por substâncias químicas instáveis, chamadas radicais livres de oxigênio, que levam a uma diminuição no ritmo de produção de energia. A ação destas substâncias compromete a atuação dos neurônios, pois provocam retração dos dendritos e o desaparecimento das sinapses, o que reduz a capacidade de comunicação entre as células danificando o funcionamento mental.

Após anos de exposição aos radicais livres, os neurônios podem ser destruídos e, por fim, provocar doenças de Alzheimer, Parkinson e doenças degenerativas do cérebro. A melhor maneira de evitar e até mesmo reverter esses déficits cerebrais induzidos pela idade, é fornecer ao cérebro mais antioxidantes, a fim de neutralizar a ação dos radicais livres destrutivos (De Rijk et al, 1997). A perda da memória presente em casos de demência e da doença de Alzheimer pode se dar através do rompimento dos sistemas neurotransmissores. As novas pesquisas vem se concentrando no mecanismo de recepção das células nervosas - no grau de abundância e ?sensibilidade? dos receptores dendríticos na captura e processamento dos neurotransmissores. Anormalidades nos receptores podem prejudicar a propagação da mensagem (Hyman, 1998).

Com o envelhecimento começa a acontecer uma diminuição do fluxo sangüíneo na massa cinzenta do córtex cerebral e ocorre uma redução na eficiência da produção de energia nas mitocôndrias das células cerebrais. O declínio mental não é uma parte normal do envelhecimento, mas pode ser provocado por doenças vasculares - inclusive diabetes, enrijecimento das artérias carótidas, hipertensão arterial e estágios iniciais da doença de Alzheimer. A hipertensão parece reduzir o tamanho do cérebro e pode causar lesões sutis ao tecido cerebral, provocando declínio cognitivo.

Desta forma, a ingestão diária de frutas e legumes, promove a ingestão de vitaminas antioxidantes e de outros componentes ativos neles contidos prevenindo doenças cardiovasculares (Hyman, 1998). Este artigo ainda discute o Estrogênio e Habilidades Mentais, Ácidos Graxos e Função Cerebral, Excesso de Carboidratos e Doenças Neurovegetativas e Terapêutica Nutricional.

Autor

Dra. Lúcia Cardoso Nutricionista, Graduada em Nutrição pela Universidade Federal Fluminense, Pós-graduada em Nutrição Clínica pela Universidade Gama Filho e Mestre em Psicologia Social

Os autores estão em ordem alfabética

Este artigo é um resumo. O artigo em sua íntegra pode ser encontrado na revista Nutrição em Pauta, edição Mar/Abr/2003

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