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Leite Materno é Saúde

Importância do Hábito de Amamentar - Dra. Sonia Salviano

Nos seis primeiros meses de vida, o único alimento de que o bebê precisa para crescer sadio é o leite materno. Todos os nutrientes estão ali. O bebê não necessita nem mesmo de água. O leite materno também pode evitar que, no futuro, a pessoa sofra diversos problemas de saúde. Para divulgar cada vez mais a importância do hábito de amamentar, o Ministério da Saúde está reestruturando a Política Nacional de Aleitamento Materno. Até o final do ano, serão inaugurados mais 15 bancos de leite humano no País.

No segundo semestre, o governo promove o 4º Congresso Internacional de Bancos de Leite Humano ? o segundo realizado no Brasil ?, a Semana Mundial de Amamentação e o Dia Nacional da Doação de Leite Humano. Também este ano, serão lançados o Programa de Educação à Distância em Bancos de Leite Humano e Aleitamento Materno e as diretrizes nacionais para a promoção da amamentação nas unidades básicas de saúde.

A Política Nacional de Aleitamento Materno tem como prioridade o crescimento qualitativo e quantitativo dos bancos de leite e a redução da mortalidade neonatal. Até o final do ano, o governo vai implantar dez bancos nas regiões Norte e Nordeste e cinco no Centro-Oeste. Todos eles integram o Sistema Único de Saúde (SUS). Para implantá-los, o Ministério da Saúde compra os equipamentos e treina os profissionais.

Amigos

Outra meta é a promoção da amamentação nas unidades básicas de saúde do SUS. Os profissionais dessas unidades receberão treinamento para que incentivem o aleitamento, a exemplo da rede de Hospitais Amigos da Criança. Essa rede tem origem em 1992, quando o Brasil iniciou a promoção do aleitamento materno nos hospitais com maternidades. A iniciativa foi proposta pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

São Hospitais Amigos da Criança, aqueles que trabalham com excelência o apoio e a proteção ao aleitamento materno. Para ser um Amigo da Criança, o hospital precisa cumprir dez passos estabelecidos pelo Unicef e pela OMS e outros cinco requisitos do Ministério da Saúde. As metas incluem manter a taxa de cesarianas em nível aceitável (em torno de 25%, dependendo do pacto do hospital com o estado ou o município). As ações de humanização do pré-natal e nascimento ? como permitir um acompanhante para a mãe da internação até a alta ? também entram na lista dos requisitos.

A humanização trouxe como uma das conquistas a abolição dos berçários. Hoje, os bebês ficam o tempo inteiro junto às mães. Com a Política Nacional de Aleitamento, chupetas e mamadeiras também foram banidas das maternidades. Esses objetos atrapalham a amamentação.

Educação

O Programa de Educação à Distância em Bancos de Leite Humano e Aleitamento Materno, a ser lançado pelo Ministério da Saúde no segundo semestre, tem como proposta capacitar profissionais de saúde que atuam nos bancos de leite e na assistência à amamentação. O trabalho será desenvolvido sob orientação do ministério, por meio da Rede Nacional de Bancos de Leite Humano da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em parceria com estados e municípios.

O programa do curso inclui o processamento e controle da qualidade do leite humano ordenhado, a assistência em aleitamento materno, a gestão da qualidade, o processo de informação e comunicação e a alimentação de recém-nascidos prematuros e de baixo peso. Já o Congresso Internacional de Bancos de Leite Humano tem como objetivo trocar conhecimentos e avanços científicos sobre a amamentação com outros países e formar a Rede de Bancos de Leite Humano da América Latina e Caribe.

O Brasil é reconhecido pela OMS como o país com a maior rede de bancos de leite do mundo. É também o que mais avançou em estudos científicos sobre o leite humano. Todos os bancos de leite do Brasil são capacitados pelo Ministério da Saúde. Existem 172 no País, em todos os estados, exceto em Rondônia, que deve inaugurar o seu até setembro. Esses bancos são de natureza privada ou pertencem ao SUS.

O leite materno processado nos bancos de leite humano atende principalmente bebês prematuros ou doentes que não conseguem mamar no peito da mãe. O leite extraído irá suprir provisoriamente as necessidades dos bebês, enquanto eles aprendem a mamar. Assim, os recém-nascidos recebem os nutrientes adequados à espécie humana e se recuperam mais rapidamente.

O Programa Nacional de Controle de Qualidade em Banco de Leite Humano (PNQBLH), criado pelo Governo Federal em 2003, representa um dos mais importantes avanços para a qualificação dessas unidades de saúde. O programa visa garantir a qualidade do processamento do leite coletado e distribuído nesses locais. Todos os responsáveis técnicos pelos bancos de leite passaram por treinamento obrigatório para reciclagem, oferecido pelo governo. A nova etapa dessa capacitação acontecerá a partir do segundo semestre.

Os bancos de leite poderão participar voluntariamente do processo, que servirá como um teste para avaliar se as técnicas aplicadas atendem às recomendações oficiais. Nessa nova etapa, o Centro de Referência Nacional de Banco de Leite Humano do Ministério da Saúde ? o banco de leite do Instituto Fernandes Figueira da Fiocruz ? enviará mensalmente aos bancos que aderiram ao programa amostras de leite para análise.

Os profissionais dos bancos deverão atestar se o leite enviado tem qualidade para consumo pelos bebês ou se apresenta algum problema, como uma contaminação. Controle ? A análise para determinar se o leite coletado tem qualidade para alimentar os bebês segue critérios como a avaliação da acidez. Ela demonstra se o leite não apresenta contaminação grave. Outra avaliação é do valor calórico do leite. Realiza-se, ainda, o controle microbiológico após a pasteurização (processamento) para assegurar que o leite não contém nenhum microorganismo perigoso, como um vírus ou bactéria nociva.

O fato de a participação na segunda etapa do Programa Nacional de Controle de Qualidade em Banco de Leite Humano ser facultativa não quer dizer que aqueles que ficarem de fora estarão livres de fiscalização. As vigilâncias sanitárias inspecionam todos os bancos, tanto os do SUS quanto os particulares. Dentro da Política Nacional de Aleitamento Materno, os bancos funcionam como pólos de excelência para estimular a amamentação. Muitas mulheres procuram os bancos de leite quando apresentam dificuldades para amamentar os filhos. A falta de orientação também pesa e muitas não sabem da importância do ato de amamentar.

Não existe lei que obrigue as mães a amamentar, mas elas precisam saber os riscos da não amamentação ou do desmame precoce.

Importância da Vitamina A - Dra Ana Maria Cavalcante

Encontrada no leite materno, leite integral, fígado, gema de ovo, frutas oleaginosas, hortaliças verde-escuras e legumes alaranjados, como abóbora e cenoura, a vitamina A é essencial para a saúde. É importante para o bom funcionamento dos olhos, ajuda a reduzir a gravidade de infecções comuns em crianças e auxilia no desenvolvimento e crescimento delas.

A vitamina A protege a córnea. Sua falta pode gerar graves conseqüências no processo visual, inclusive a cegueira total e irreversível em crianças, sua manifestação mais grave, Os fatores que podem evidenciar a deficiência de vitamina A no organismo ? e portanto merecem investigação ? são: diarréia e infecções respiratórias freqüentes e dificuldade de enxergar em lugares com luz fraca, a chamada cegueira noturna. Ana Maria orienta as mães a estarem atentas à diversificação da alimentação dos filhos, às chamadas das unidades de saúde para receber a megadose de vitamina A nas áreas endêmicas e à promoção do aleitamento materno. Com amamentação adequada e uma alimentação saudável, a criança consegue manter o nível ideal de concentração de vitamina A.

Autores

Dra. Ana Maria Cavalcante Técnica do Programa Nacional de Suplementação de Vitamina A do Ministério da Saúde.
Dra. Sônia Salviano Coordenadora da Política Nacional de Aleitamento Materno do Ministério da Saúde

Os autores estão em ordem alfabética

Este artigo é um resumo. O artigo em sua íntegra pode ser encontrado na revista Nutrição em Pauta, edição Jul/Ago/2004

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