O cromo é um mineral traço essencial presente em pequenas quantidades em alguns alimentos como carnes, cereais integrais, oleaginosas e leguminosas. Atualmente este mineral tem surgido como suplemento alimentar no meio esportivo com a proposta de promover maior ganho de massa muscular e perda de gordura corporal. Todavia, a participação do cromo no metabolismo resume-se ao aumento da sensibilidade à insulina, através da ligação de quatro átomos de cromo em uma proteína intracelular específica denominada apocromodulina que por sua vez, liga-se ao receptor insulínico de células de tecidos periféricos concomitantemente à insulina, porém em outro sítio localizado no domínio intracelular.
Essa ligação amplifica a cascata de sinais intracelulares responsáveis pelo estímulo à translocação de GLUT4 e aumenta a captação de glicose e aminoácidos. O cromo poderia também inibir a enzima chave da síntese de colesterol, melhorando assim o perfil lipídico de indivíduos com dislipidemias. Não são significativas as alterações de composição corporal em esportistas, mas por outro lado o suplemento de cromo poderia melhorar o perfil lipídico e o quadro de diabetes tipo II de indivíduos que sofrem destes desequilíbrios metabólicos.
O Cromo é um mineral traço essencial que participa ativamente do metabolismo de carboidratos principalmente co-atuando com a insulina, melhorando assim a tolerância à glicose (Mertz, 1969). Contudo por agir estimulando a sensibilidade à insulina, interferiria também no metabolismo protéico sugerindo um maior estímulo à captação de aminoácido e conseqüentemente aumento da síntese protéica (Clarkson, 1997).
É atribuído ainda a este elemento um efeito lipolítico que somado a seus possíveis efeitos anabólicos levariam, principalmente, o público esportista ao maior interesse em suplementá-lo na dieta para obtenção e efeitos desejáveis sobre a composição corporal (Kreider,1999).
A ingestão diária e segura de cromo em adultos está estimada em 50 a 200 mg/dia e apesar de ser considerado um elemento essencial não existe uma RDA (Recommended Dietary Allowance) específica para cromo (Clarkson, 1997, Lukaski, 2000). Contudo, a publicação recente das novas recomendações alimentares, DRIs (Dietary Recommended Intakes) trouxe um valor de AI (Adequate Intake) para este mineral de 25 mg/dia para mulheres e 35 mg/dia para homens adultos, mas ainda não foi definida nenhuma UL (Tolerable Upper Intake Levels), ou seja, uma quantidade máxima recomendada de ingestão a fim de prevenir danos à saúde, uma vez que o cromo é um mineral pesado (Trumbo et al, 2001).
Uma possível contra-indicação da ingestão de altas doses de cromo trivalente para o organismo seria um prejuízo no estado nutricional de ferro, isto porque o cromo poderia competir com o ferro pela ligação com a transferrina, proteína responsável pelo transporte de ferro recém-absorvido (Trumbo et al, 2001, Campbell et al, 1997).
Em média, apenas 30 % da transferrina encontra-se carregada com ferro e isso levanta a hipótese de que há a possibilidade desta transportar também outros íons metálicos. A biodisponibilidade deste mineral em geral é baixa, apresentando valores que não ultrapassam 3 % e essa porcentagem de absorção parece ser inversamente proporcional à quantidade de cromo na dieta. Vários fatores interferem na absorção do cromo dos quais se ressaltam como inibidores o fitato e a maior quantidade de minerais como de zinco, ferro e vanádio no intestino e como estimuladores aminoácidos, oxalato, vitamina C, e amido.
Após a absorção, o cromo pode ser estocado em vários tecidos do organismo, sem possuir um local específico necessariamente, mas totalizando em média um pool de 4 a 6 mg (Gibson, 1990). Segundo Hopkins (1965), a maior quantidade de cromo parece estar distribuída no fígado, rins, baço e epidídimo, porém Vallerand et al (1984) reportou maior concentração do mesmo no coração e nos rins de ratos submetidos a exercício físico, mas ainda Hepburn & Vincent (2002) injetando cromo marcado em ratos observaram maior retenção no fígado e dentro das células maior proporção no citosol em relação às demais organelas.
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Este artigo é um resumo. O artigo em sua íntegra pode ser encontrado na revista Nutrição em Pauta, edição Jan/Fev/2004
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