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Atividade Física e Alimentação Adequada: As Armas do Próximo Milênio

Hipertensão arterial, diabetes tipo II, hiperlipidemias e artropatias são manifestações da síndrome plurimetabólica que, juntamente com o estresse mental, constituem os principais males que afetam, organicamente, a população adulta neste final de século. a mudança do estilo de vida tem sido responsabilizada, pelos epidemiologistas, como agente comum a todos esse malefícios.

A transição da fase agrícola à fase industrial trouxe ao homem inúmeros benefícios como o conforto tecnológico e o sabor dos alimentos processados, para os quais nem todos estavam, ainda, cultural e educativamente preparados. Assim, do abuso do sal, do carboidrato simples, dos alimentos gordurosos, da falta de vegetais e frutas, agravados pelo alcoolismo, tabagismo, depressão e estresse, houve a explosão de adultos mórbidos. Talvez, como principal causa de morbidade, figura o sedentarismo decorrente do estilo de vida moderno.

O homem não precisa mais fazer exercícios físicos para obter alimento (supermercados com estacionamento, disk pizza etc), realizar afazeres de casa (máquinas de lavar, de secar etc) ou mesmo lazer (controles remotos e telefones celulares). Em conseqüência dos alimentos saborosos (maior ingestão energética) e do sedentarismo (menor gasto energético) há a obesidade que já acomete 11% da população americana, 7% do mundo e 9% dos brasileiros. A obesidade adulta pode se considerada a principal responsável pela resistência à insulina e esta do diabetes, da dislipidemia, obesidade e da hipertensão.

Desta forma, paradoxalmente, ao mesmo tempo que os avanços tecnológicos da medicina permitem a maior longevidade, as tecnologias alimentar e do bem estar levam à maior morbidade dos longevos. O custo econômico americano das doenças relacionadas à inatividade física atinge 2,4% do gasto total com saúde, e o referente à obesidade atinge 9,4%. Não se sabe sobre as cifras brasileiras, mas não devem ser negligíveis. O custo social do excesso de peso, hipertensão, depressão e estresse pode ser aferido pelas fitas em consultório, absenteísmo, medicamentos adquiridos em farmácias, mau humor, enfim, pela má qualidade de vida.

Em termos de estratégia de intervenção, pouco se pode fazer em oposição ao marketing da mídia sobre alimentos processados, pouco nutritivos, mas saborosos; a não ser o investimentos em educação nutricional, dos bancos escolares às palestras para adultos em clubes de serviços assistenciais, academias, associações e universidades da 3ª idade.

Em termos de intervenção contra o sedentarismo, as medidas são mais concretas, pois desde 1953 vem sendo demonstrada relação inversa entre atividade física e mortalidade cardiovascular, principal causa de morte na população adulta. Em função disso, o Instituto Nacional de Saúde (NIH) americano conscientizou-se que era mais barato investir na promoção de prática física para a população do que custear pontes de safena aos cidadãos habitualmente sedentários. Lamentavelmente, apenas ¼ da população adulta procura manter-se em ativa, os demais "não tem tempo" ou disposição, para o mínimo de 20 minutos diários, de lazer físico não estressante.

\em estudo retrospectivo recente com mais de 25.000 homens seguidos durante 20 anos foi demonstrado que o sedentarismo é forte indicador de mortalidade cardiovascular masculina comparável às doenças crônicas e eletrocardiograma alterado. Segundo ainda os autores, a atividade física regular reduz, significativamente, a mortalidade desses homens, mesmo aqueles com 3 preditores (obesidade, hiperglicemia, hipercolesterolemia, hipertensão, tabagismo e história familiar) alterados.

Neste artigo também estão sendo tratados temas como: benefícios do esporte, aliados à alimentação adequada; os riscos do "overtraining"; suplementação alimentar; praticando atividade física; vida saudável, sem exageros; o crescimento da atuação do profissional da área.

Autores

Dr. José Peralta Nutricionista, Mestre e Doutorando em Ciências Aplicadas a Pediatria, Centro de atendimento e Apoio ao Adolescente, UNIFESP
Dr. Vitor Matsuda Celafiscs - Programa Agita SP
Dra. Érica Tatiana Ribeiro Alves Nutricionista Especializada em Fisiologia do Exercício
Dra. Flávia Abdallah Nutricionista especialista em Fisiologia do Exercício pela UNIFESPEPM e Marketing pela ESPM
Dra. Glaucia F. Braggion Celafiscs - Programa Agita SP
Dra. Marcia Daskal Hirschbruch Nutricionista e diretora da Recomendo - Assessoria em Nutrição e Qualidade de Vida SP
Dra. Mistes Stancanelli Nutricionista Especializada em Fisiologia do Exercício
Dra. Tânia Rodrigues Especialista em Fisiologia do Exercício pela Universidade Federal de São Paulo - São Paulo/SP.
Prof. Denise do Amaral Bar Academia
Prof. Dr. Mauro Fisberg Pediatra e Nutrologo do Departamento de Pediatria da Universidade Federal de São Paulo.
Prof. Dr. Roberto Carlos Burini Professor Titular do Departamento de Saúde Pública da Faculdade de Medicina – UNESP – Botucatu (SP); Centro de Metabolismo em Exercício e Nutrição (CeMENutri)
Prof. Laura Cuvello Centro de Atendimento e Apoio ao Adolescente - Depto de Pediatria da UNIFESP e Centro de Nutrição da Univ. São Marcos

Os autores estão em ordem alfabética

Este artigo é um resumo. O artigo em sua íntegra pode ser encontrado na revista Nutrição em Pauta, edição Nov/Dez/1999

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