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Constipação Intestinal No Idoso: A Fibra Como Tratamento e Prevenção

O aumento da população idosa em todo o mundo é uma realidade. No Brasil esta realidade não é diferente, pelas estatísticas do IBGE (2000) temos atualmente cerca de 14,5 milhões de pessoas com a idade igual ou acima de 60 anos. Kalache em 1987 já dizia que no ano de 2025, seremos a sexta nação do mundo em número de idosos. Este fato nos faz acordar para uma nova realidade. A gerontologia e a geriatria têm crescido no Brasil, mas novos passos devem ser dados para assegurar a população idosa uma boa qualidade de vida e o bem estar que eles necessitam.

Em se tratando de qualidade de vida, podemos citar o desconforto que a constipação intestinal provoca e conforme Curiati (1994), a constipação é uma queixa constante na população idosa, seja na situação ambulatorial, seja em pacientes acamados por longos períodos, em seu domicílio ou em instituições.

Embora a constipação intestinal seja uma condição prevalente e de morbidade importante na população geriátrica, e que pode acarretar várias complicações como impactação fecal (fecaloma), incontinência, dilatação, complicações hemorroidárias, risco de fístula anal, câncer de cólon, obstrução intestinal e até perfuração do cólon, é freqüentemente abordado de forma simplista tanto pelos profissionais da área de saúde quanto por alguns pacientes. A associação freqüente de atonia muscular geral com o envelhecimento tem levado à suposição de que a constipação intestinal funcional no idoso seja devido à diminuição da motilidade colônica e portanto uma condição “normal” com a idade. Mas na verdade esta é uma condição de perda importante na qualidade de vida, de origem multifatorial.

Estudos feitos por Burkitt (1984), demonstram que várias doenças que são comuns no mundo ocidental como constipação, hérnia de hiato, diverticulose, câncer de cólon, hemorróidas e outras, são raras na zona rural da África. Esta diferença estaria ligada diretamente com a alimentação, sendo a fibra alimentar o principal componente estudado. Nestes estudos verificaram-se que na população norte americana o peso das fezes são de 80-120g/dia, em quanto que na África este peso é de 300-500g/dia, isto se dá ao grande consumo de fibras.

O hábito alimentar de um indivíduo, principalmente de um idoso, se faz através dos anos de sua vida e depende de alguns fatores como país em que vive, costumes regionais, hábitos familiares, situação sócio-econômica, o marketing cada vez mais forte sobre determinados produtos, a falta de informação sobre a importância da alimentação correta, e muitas outras variáveis que podem influenciar os costumes de cada pessoa.

A origem da constipação intestinal no idoso pode ter vários fatores como, os dietéticos, emocionais, patológicos, físicos e medicamentosos. Entretanto a fibra pode se constituir como um componente primordial na terapêutica e principalmente na prevenção da constipação intestinal.

Autores

Dra. Simone Cordeiro Ramos Nutricionista graduada pela UERJ, pós-graduada em gerontologia pela ENSP/FIOCRUZ, nutricionista do Programa de Acompanhamento Domiciliar do HEGV – RJ.
Maria Núbia Gama Oliveira Mestre em Nutrição Humana – UFRJ, nutricionista da Assessoria de Doenças Crônico Degenerativas da Secretaria de Estado de Saúde – SES/RJ, conselheira do CRN/4região.

Os autores estão em ordem alfabética

Este artigo é um resumo. O artigo em sua íntegra pode ser encontrado na revista Nutrição em Pauta, edição Mai/Jun/2002

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