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Análise da Evolução Dietética no Pós-operatório de Cirurgia Bariátrica

Com o objetivo de analisar a ingestão alimentar de macro e micronutrientes, calorias e fibras e constatar a necessidade de suplementação de nutrientes, foi realizado um estudo com 25 pacientes submetidos à cirurgia bariátrica no primeiro ano de pós-operatório. Foi verificado também o percentual de perda de peso e da perda do excesso de peso e as intolerâncias alimentares apresentadas. Os dados foram obtidos através de consulta ao prontuário desses pacientes e análise química da dieta no 1°, 3°, 6° mês e 1 ano de cirurgia através do programa Diet PRO 4.0.

Concluiu-se que a perda de peso e a perda do excesso de peso atingiu a meta esperada. As intolerâncias alimentares mais relatadas foram carne vermelha, seguida do arroz e do pão. O consumo de fibras e líquidos devem ser mais incentivados e o uso de complexo de vitaminas e minerais se faz necessário durante o primeiro ano pós-operatório. As conseqüências da obesidade no indivíduo, principalmente em sua variante mórbida, ou seja, com índice de massa corpórea (IMC) acima de 40 são evidentes e concretas. Cita-se redução da expectativa de vida; incidência de patologias concomitantes; problemas no relacionamento social e profissional (Fernandes et al., 2001).

Vários tratamentos têm sido propostos para combater a obesidade. Dentre eles, os tratamentos cirúrgicos idealizados e disponíveis, como a técnica de Capella, possui basicamente o intuito de promover a redução do volume de ingestão total do paciente, com restrição mecânica gástrica, provocando saciedade precoce, porém é importante ressaltar que essa cirurgia não passou a ser a modalidade de tratamento preferencial da obesidade, em geral, é sim uma alternativa para o tratamento de casos de obesidade mórbida, nos quais os métodos convencionais de tratamento não se mostraram suficientes (Gigante et al., 1997).

Para que o procedimento torne-se um sucesso duradouro é fundamental o acompanhamento clínico-nutricional pós-operatório, e que este seja criteriosamente realizado e continuado para o resto de suas vidas. Um dos aspectos importantes é a informação, e todo paciente deve ser exaustivamente conscientizado quanto às mudanças alimentares e nos seus hábitos de vida (Bôas et al., 2003; Leite et al., 1996).

O intuito do aconselhamento nutricional no período pré-operatório é o aumento do potencial de sucesso no pós-operatório e objetiva promover a perda de peso inicial, reforçar a percepção do paciente de que a perda de peso é possível quando o balanço energético se torna negativo, identificar erros e transtornos alimentares, promover expectativas reais de perda de peso, preparar o paciente para a alimentação no pós-operatório e verificar o potencial do paciente para o sucesso da cirurgia (Cruz & Morimoto, 2004).

Atualmente, o grande problema observado é que, a médio e longo prazo, os pacientes passam a apresentar os mais variados graus de deficiências nutricionais, que poderiam ter sido evitados se o paciente estivesse sendo acompanhado por uma equipe multidisciplinar antes, durante e após a cirurgia (Repetto et al., 2004).
Segundo Casagrande et al., 2001, as conseqüências nutricionais mais comuns no 1° ano de cirurgia são: hipoalbuminemia, deficiência de ferro, acido fólico, vitamina B12, anemia, sendo a nutrição fundamental no pós-operatório para a obtenção de um estado nutricional adequado, evitando a desnutrição, e buscando uma vida saudável.

Dalcanale & Quadros, 2003, desenvolveram um estudo retrospectivo com 132 pacientes submetidos a gastroplastia, com o objetivo de verificar o estado nutricional dos pacientes com relação a alguns nutrientes e suas variações no 1° ano pós-operatório através de exames laboratoriais. Neste estudo, os índices de deficiência foram: 22,73% para hemoglobina, 9,09% para ferro, 5,26% para ferritina, 20% para cálcio, 15,79% para ácido fólico, 0% para vitamina B12, 0% para proteína e 31,81% para albumina.

Carlini et al., 2003, ressalta que devido à baixa ingestão calórica ocorre uma necessidade do uso de suplementos de vitaminas e minerais, pois toda vez que as calorias da dieta forem inferiores a 1250kcal ao dia, essa suplementação torna-se indispensável. No caso da cirurgia bariátrica, o valor calórico da alimentação se aproxima de 350kcal nas primeiras semanas e continua inferior a 1250kcal no mínimo até o sexto mês após o início do tratamento.

A perda de peso é muito intensa principalmente durante as duas primeiras semanas após a cirurgia. O ritmo acelerado de emagrecimento continua a ser observado até o terceiro mês e a partir de então passa a ser mais lento. Cruz & Morimoto, 2004, realizaram um estudo com 50 pacientes e verificaram que 76,7% dos pacientes perderam mais de 10% de seu peso no 21° dia de alimentação no pós-operatório; 13,3% perderam entre 9,5% e 10% e apenas 10% perderam entre 8% e 9,5% de seu peso neste período.

Devido à baixa ingestão de alimentos no pós-operatório da cirurgia bariátrica, observou-se a necessidade do acompanhamento nutricional durante o primeiro ano de cirurgia. O presente estudo tem como objetivo analisar a ingestão de macro e micronutrientes, calorias e fibras, através da análise química da dieta, e com isso, constatar se há ou não a necessidade de suplementação de nutrientes, principalmente nos primeiros seis meses pós-operatório.

Objetiva-se também conhecer a ingestão de líquidos destes pacientes e as intolerâncias alimentares relatadas durante o 1°, 3°, 6° mês e 1 ano de cirurgia; além de verificar o percentual de perda de peso e de perda do excesso de peso no período.

Autores

Dr. Alcides José Branco Filho Cirurgião responsável pelo CEVIP e pelo ambulatório de Cirurgia Bariátrica da Santa Casa de Misericórdia/ PUC-PR.
Jarine Affonso Zacarias aluna do curso de nutrição, PUC-PR.
Profa. Dra. Magda Rosa Ramos da Cruz Coordenadora e Professora do curso de Especialização em Nutrição Clínica Funcional e Fitoterapia da PUCPR. Nutricionista do Centro de Videolaparoscopia do Paraná (CEVIP).

Os autores estão em ordem alfabética

Este artigo é um resumo. O artigo em sua íntegra pode ser encontrado na revista Nutrição em Pauta, edição Mai/Jun/2005


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