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Obesidade: Prevenção e Tratamento

Atualmente a obesidade está sendo considerada o maior problema de saúde pública, sendo que grande parte da população obesa tem a infância como uma de suas principais vias. Segundo Martorell et al. (1998), a prevalência de obesidade na América Latina entre crianças de 1 a 5 anos apresentou grande variação, pois enquanto no Haiti 6% das crianças foram consideradas obesas, no Peru a prevalência foi de 24%. No Brasil, os últimos dados nacionais são da Pesquisa Nacional sobre Saúde e Nutrição de 1989, na qual observou-se que a prevalência de obesidade em crianças e adolescentes era de 7,8% e 7,6%, respectivamente.

A obesidade infantil aumenta o risco da obesidade no adulto, sendo que Whitaker et al. (1997), verificaram que crianças menores de 3 anos, sem pais obesos, apresentam baixo risco de tornarem obesas quando adultos, mas entre as crianças mais velhas, a obesidade apresentou forte correlação com a obesidade no adulto, independente se os pais eram obesos ou não. No entanto, quando os pais são obesos, a chance da criança obesa e não obesa, abaixo de 10 anos, ser um adulto obeso é duas vezes maior.

Também existe a preocupação com o adolescente obeso, pois esse apresenta maior risco de tornar um adulto obeso. No Centro de Atendimento e Apoio ao Adolescentes (CAAA) da UNIFESP, no período de 2 anos, foram atendidos no ambulatório de obesidade 175 adolescentes com a média de IMC = 30, sendo que há um grande número ainda na lista de espera. Além deste ambulatório, tem um Projeto de Atividade para Adolescente Obeso (PAPO), que especificamente em 2001 está atendendo apenas adolescentes do sexo feminino, que a cada 15 dias têm acompanhamento nutricional individualizado e atividades em grupo, como aulas sobre alimentos diet & light, patologias associadas à obesidade, pirâmide dos alimentos, etc; realizam atividades recreativas 3 vezes por semana, as quais são orientadas por um professor de educação física, e atendimento psicológico em grupo. ?Raspar o Prato? ou Confiar na Fisiologia do Controle do Apetite? Dr. Nataniel Viuniski É plenamente aceito que a ingestão aumentada de alimentos calóricos contribui para o aumento de peso nas crianças. A grande pergunta é:

Porquê algumas ficam satisfeitas com um biscoito apenas, enquanto outras só param de comer quando o pacote chega ao fim? Sabemos que cada pessoa tem um limiar de saciedade diferente e que ele muda conforme o estado emocional, tipo de alimento, hora do dia e época do ano, somente para citar algumas das muitas variáveis. Dificuldades em estabelecer um bom controle de saciedade é um fator de risco para desenvolver obesidade, tanto na infância como na vida adulta.

A fisiologia do controle do apetite e da saciedade está longe de ser totalmente compreendida, mas o que já sabemos, nos assegura que é um sistema extremamente sofisticado e complexo. Muitas mães acham que ao mandar os filhos raspar o prato, estão zelando pela sua saúde. Além disso, existe aqui um componente cultural-religioso: Enquanto tanta gente passa fome no mundo, é um ?pecado? deixar sobrar comida no prato. Riscos da Obesidade na Gestação Dra. Márcia Regina Vitolo Os elementos responsáveis, obrigatoriamente, pelo ganho de peso total durante toda a gestação estão relacionados com o peso do feto ( 3,5 kg), membranas fetais/líquido amniótico( 2,5 kg), aumento das mamas (1 a 1,5 kg), edema e aumento do volume plasmático (2 a 3 kg), gordura de depósito materno (1 kg ). Assim o ganho de peso de uma gestante eutrófica será aproximadamente de 11 kg, que é a soma dos valores anteriormente citados.

Se a gestante ganhar 20 kg, os pesos referentes ao feto, membranas fetais, mamas, edema e volume plasmático ficarão praticamente inalterados. Assim, os 10 kg restantes serão destinados ao depósito de gordura da mulher. WHO, 1995 O ganho de peso excessivo durante o período gestacional ou iniciar esse período com sobrepeso ou obesidade, são fatores de risco importantes para complicações clínicas, principalmente no final da gestação como diabetes e hipertensão, os quais são duas a seis vezes mais prevalentes em mulheres com excesso de peso ( Manson et al 1995). A obesidade durante a gestação parece estar associada, também, ao nascimento de crianças com defeito do tubo neural , independente da condição de ácido fólico materna ( Shaw et al, 1996 ). Acumulo excessivo de gordura durante a gestação não determina maior ganho de peso do bebe e confere maiores riscos obstétricos durante o parto contribuindo para a maior taxa de cesáreas. ( McGanity, 1999).Ganho de peso excessivo acompanhado de edema súbito, não justificado por modificações importantes na ingestão energética, pode indicar quadro patológico como o Distúrbio Hipertensivo da Gravidez ( Pré-Eclâmpsia).

O Papel Dos Macronutrientes na Dieta Dra. Josefina Bressan Monteiro O estudo dos efeitos dos macronutrientes, lipídios, carboidratos e proteínas, na ingestão alimentar tem recebido grande atenção. Bell et al, (1998) mostraram que a taxa de fome é melhor explicada pelo peso do alimento do que pela densidade energética ou composição em macronutrientes. Entretanto, Kendall et al (1991) e Lissner et al (1987) não encontraram relação entre o peso do alimento consumido e saciedade ou compensação dietética. Alimentos gordurosos podem ser pesados ou leves e ainda promovem superconsumo passivo. Isto é verdade também para os carboidratos.

Existe uma considerável evidência de que a proteína exerce um maior efeito inibidor no apetite do que carboidrato ou lipídio (Hill e Blundell, 1986). Estes mesmos autores, em 1978, encontraram que ambos indivíduos obesos e eutróficos reduziram o consumo de refeições subsequentes em 19 e 22%, respectivamente, após uma refeição hiperprotéica (54%) comparada a refeição rica em carboidratos (63%). Os Mais Recentes Avanços na Prevenção e Tratamento da Obesidade Dr Alfredo Halpern Obesidade é condição de risco para a saúde, além de grande causa de desadaptação social e de má qualidade de vida. Sua prevenção baseia-se em 2 pilares básicos: melhores hábitos alimentares e maior atividade física. Por melhores hábitos alimentares entendemos alimentação saudável, a saber, com poucas frituras e pouca gordura animal e com riqueza de frutas, vegetais, carboidratos ricos em fíbras, grão, peixe e carne magras.

Por maior atividade física entendemos uma vida mais ativa, e não necessariamente uma atividade física programada, que embora bastante útil por vezes não pode ser realizada por uma boa parte da população. A importância da atividade física não programada pode ser avaliada pelo crescimento do número de obesos na Inglaterra mesmo com a diminuição da ingestão calórica neste último ano. Há cálculos inclusive de que uma simples extensão telefônica contribui para um ganho de 1,1kg por ano num adulto normal. Imaginem várias extensões, telefone celular, computador, televisão, etc!

Autores

Dr. Nataniel Viuniski Pediatra, Especialista em Obesidade Infantil, Coordenador do Departamento de Obesidade Infantil da Associação Brasileira para Estudo da Obesidade – ABESO
Dra. Cecilia Lacroix de Oliveira Pós-graduanda (Doutorado) do Centro de Apoio e Atendimento ao Adolescente – Departamento de Pediatria – Escola Paulista de Medicina – UNIFESP
Dra. Isa de Pádua Cintra Nutricionista e Professora Adjunta do CAAA
Dra. Josefina Bressan Ribeiro Monteiro Nutricionista, Mestre em Microbiologia Agrícola pela UFV. Doutora em Fisiologia e Nutrição pela Universidade de Navarra-Espanha. Pós doutorado em Nutrição e Metabolismo pela Lousiana University/EUA. Professora Titular, Departamento de Nutrição e Saúde, Universidade Federal de Viçosa - UFV. Laboratório de Metabolismo Energético e Composição Corporal (LAMECC) – Programa de Pós-Graduação em Ciência da Nutrição.
Dra. Márcia Regina Vítolo Nutricionista da Disciplina de Nutrição e Metabolismo do Departamento de Pediatria da UNIFESP. Doutora em Biologia Molecular pela UNIFESP. Professora Titular do Departamento de Nutrição da Faculdade de Ciências Médicas da PUC-Campinas.
Prof. Dr. Alfredo Halpern Endocrinologista, formado em Medicina pela USP, é professor livre-docente de Endocrinologia na USP e Chefe do Grupo de Obesidade do Hospital das Clínicas. Foi fundador e 2 vezes presidente da ABESO – Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade
Prof. Dr. Mauro Fisberg Pediatra e Nutrologo do Departamento de Pediatria da Universidade Federal de São Paulo.

Os autores estão em ordem alfabética

Este artigo é um resumo. O artigo em sua íntegra pode ser encontrado na revista Nutrição em Pauta, edição Set/Out/2001

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