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Novos Gráficos Pediátricos – Uma Ferramenta Para Prevenir Obesidade no Futuro
 
1 - Qual a importância do acompanhamento do peso e altura em pediatria?
Dizemos que o peso e altura são uma espécie de “ Cartão de Visita ” da pessoa. Informa sobre o sócio cultural, auto imagem e auto estima, emocional e biológico, bem como reflete o estado de saúde do indivíduo. Prova disso é que quando um bebê nasce, a primeira coisa que a mãe quer saber é o seu peso. Para acompanhar o desenvolvimento da criança até a idade adulta, pediatras, enfermeiras e nutricionistas utilizam gráficos de crescimento.

2- Quais as mudanças recentes que ocorreram nos gráficos de crescimento?
Recentemente, o Centro Nacional de Estatísticas em Saúde (NCHS) dos Estados Unidos não apenas atualizou os gráficos de peso e altura que vinham sendo utilizados, mas agora incluiu um gráfico para visualizar a evolução do Índice de Massa Corporal (IMC), obtido pelo peso dividido pelo quadrado da altura. Isso representa uma ferramenta chave para identificar precocemente crianças e adolescentes em risco de ficarem obesas ou com sobrepeso.

Os gráficos antigos vinham sendo utilizados desde 1977 e foram adotados pela Organização Mundial da Saúde para uso internacional desde 1978. Passou a ser o instrumento mais utilizado para acompanhar o desenvolvimento pôndero-estatural nas crianças, em vários países. Esses dados antigos foram obtidos por um estudo privado, realizado em crianças da classe média de uma região do sudoeste de Ohio entre 1963 e 1974.

Não refletia as diversidades culturais e raciais, nem mesmo dos Estados Unidos, pior ainda para ser adotado como uma referência internacional. Os novos dados foram coletados nos últimos 20 anos pela Pesquisa Nacional de Saúde e Nutrição( NHANES) em todo território Norte Americano. Além de ser muito mais amplo, foi elaborado dentro de procedimentos estatísticos mais apurados. São ao todo 16 novos gráficos, 8 para meninos e oito para meninas. Apresentam revisões dos 14 gráficos já existentes e incluem os gráficos de IMC para meninos e meninas de 2 a 20 anos.

3- Qual a importância das novas medidas de IMC?
As novas medidas de IMC aumentam significativamente a utilidade e a importância desses gráficos. Sabidamente, crianças e adolescentes obesos, tem um risco maior de se tornarem adultos obesos. Uma vez que esse jovem ficar acima do peso, o emagrecimento e a manutenção do peso adequado serão difíceis de serem alcançados. Assim, a prevenção é certamente a melhor solução para esse problema.

Os novos gráficos de IMC vão possibilitar que os profissionais da saúde possam identificar, precocemente, quais as crianças que estão mostrando riscos para ficarem obesas ou com sobrepeso. Esses gráficos começam a ter uso clínico a partir dos 2 anos de idade, quando a estatura pode ser obtida de uma forma mais precisa. Estão em andamento estudos que vão permitir preparar gráficos de IMC desde o nascimento até os 2 anos de vida. Dentro desta nova proposta para uma criança com IMC acima do percentil 85 e com história de obesidade na família, podemos bem cedo iniciar com medidas de prevenção, para evitar que ela vá desenvolver problemas com o peso, no futuro.

É muito importante ressaltar que além de ótimo indicador de sobrepeso e obesidade, o IMC é útil para identificar crianças com risco para a subnutrição e desnutrição. Na prática clínica, sabemos como os pais se interessam pelo peso e altura dos seus filhos, sendo atentos observadores dos gráficos que mostramos em nossos consultórios. A inclusão dos gráficos de IMC terá um papel importante na conscientização da família no controle e prevenção da obesidade e deverá influenciar positivamente para a adoção de um estilo de vida mais saudável.

4 - Qual foi o resultado obtido pelo NHANES durante este estudo?
Os dados coletados pelo NHANES, que deram origem a esses novos gráficos, mostraram alguns resultados alarmantes. Nesses últimos 20 anos, o número de crianças e adolescentes americanos, obesos ou com sobrepeso, dobrou! Entre 1966 e 1970, 4 % das crianças entre 6 e 11 anos e 6% das crianças entre12 e 19 anos, estavam acima do peso. Em 1999, 12% das crianças entre 6 e 11 anos e 14 % das crianças entre 12 e 19 anos, estavam acima do peso. Mesmo estando mais pesadas hoje, do que na década de 60, ao contrário do que se acreditava, a altura das crianças virtualmente não se modificou.

5- Estes gráficos já estão disponíveis? Onde?
Esses gráficos são de domínio público e estão disponíveis na internet no site http://www.cdc.gov.growthcharts.
 

 
Autor
 
Dr. Nataniel Viuniski
Pediatra, Especialista em Obesidade Infantil, Coordenador do Departamento de Obesidade Infantil da Associa̤̣o Brasileira para Estudo da Obesidade РABESO

 
Os autores estão em ordem alfabética.
 
 

 
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