Esqueceu sua senha?
 
 
 
 
Busca Avançada
 
 
 
Receba as notícias da
Nutrição em Pauta
em seu e-mail
 
 

 385 artigos encontrados em Entrevistas
 
 
Balão intragástrico - o método de emagrecimento da atualidade
 
1 ) Quais são as vantagens do balão intragástrico?
• Método não cirúrgico, realizado por endoscopia, preenche espaço do estomago diminuindo a ingestão alimentar e proporcionando saciedade precoce, com perda média de 12 a 15% do excesso de peso em seis meses.
• É indicado para pessoas com obesidade (IMC – índice de massa corpórea – a partir de 30), também auxiliando a diminuir co-morbidades e permitir a realização de procedimentos cirúrgicos com menor risco.
• De fácil acesso e menor risco ao paciente, oferece alto grau de sucesso, aliado a mudanças de hábitos alimentares e de atividades físicas.

Pesquisas recentes do Brasil e do exterior apontam para o crescimento constante e acelerado dos índices de obesidade da população mundial. Vida sedentária, estresse e alimentação cada vez mais industrializada estão entre os fatores de agravamento deste quadro, que ajudam a aumentar também as estatísticas de co-morbidades pela obesidade, como as doenças cardiovasculares, diabetes mellitus, apnéia do sono, entre outras.

Em meio às diversas ofertas de tratamentos, milhares de obesos buscam orientações e indicações que atendam suas necessidades, dentro dos quesitos de efetividade e segurança para o seu emagrecimento.
 
Neste contexto, o balão intragástrico, método não cirúrgico, tem sido uma das indicações, no Brasil e no exterior, especialmente Europa. São mais de mais de 700 mil casos em todo o mundo.

2) Como surgiu o método?
O método surgiu há mais de trinta anos, através da observação de pacientes com tricotilomania e tricofagia (compulsão por arrancar e comer os próprios cabelos) e que acusavam grande perda de peso, verificada posteriormente, em função do bolo capilar que era formado no estômago. A partir daí, foi desenvolvida a ideia da inserção de um balão intragástrico com o objetivo de saciar a fome do obeso e assim permitir uma reprogramação alimentar por período suficiente, não apenas para a perda de peso, mas também para a sua manutenção posterior.

Inserido vazio no estômago através de endoscopia em ambiente hospitalar ou clínico, o procedimento é realizado em média de 20 minutos, sem a necessidade de anestesia, apenas sendo realizada uma sedação, com liberação do paciente após uma ou duas horas.

Preenchido com soro e azul de metileno estéreis (na quantidade de 400 a 700ml) o balão deve permanecer no estômago por até seis meses, período este em que o paciente perde, em média, 15% de seu excesso de peso.

O método é indicado principalmente para pessoas obesas que não obtém o emagrecimento desejado com medicações, mas não possuem indicação para algum tipo de cirurgia bariátrica – obesidade grau 1 (IMC entre 30 e 34,9) – e obesidade grau 3 (IMC > 40), para auxiliar a diminuir co-morbidades ou perder peso para uma possível cirurgia com riscos menores.

Como todo método de emagrecimento, o balão tem a função de auxiliar, estimular de forma efetiva e duradoura a mudança de hábitos de vida do paciente, devendo ser acompanhando por equipe multidisciplinar composta de endocrinologista, nutricionista, preparador físico e psicólogo.

Nenhum método oferece milagre, seja ele mais ou menos radical, e seu sucesso depende, fundamentalmente, do compromisso do paciente em querer emagrecer e estar disposto a mudar seu estilo de vida em função deste objetivo. Mas o balão intragástrico, sem duvida, é o método que melhor atende a esta necessidade por reunir fatores como: simplicidade e segurança na colocação e retirada, risco reduzido, não alterar a anatomia do paciente, ter efeitos colaterais melhores controlados e reversíveis.
 
3) Quais são as contraindicações para o uso do método?
Algumas das contraindicações para o uso do método são: portadores de doenças gástricas; uso de algumas medicações; insuficiência renal crônica; AIDS; pacientes com IMC inferior ao indicado – salvo casos de morbidades/riscos associados com a obesidade –; indivíduos que se submeteram anteriormente a cirurgias abdominais, ginecológicas, gástricas ou intestinais; anormalidades estruturais no esôfago ou faringe; condições médicas que podem aumentar o risco de endoscopia digestiva; desordens psiquiátricas anteriores ou atuais; pacientes grávidas ou amamentando, pessoas com vício a drogas de qualquer espécie; e indivíduos que não desejem participar de programas de reeducação comportamental, alimentar e executar exercícios físicos regularmente.

4) Quais são os efeitos colaterais do método?
Dentre os efeitos colaterais, podemos citar náuseas, vômitos e/ou dor abdominal (imediatos), gases e flatulência, obviamente causados pela inserção de um “corpo estranho” no organismo, mas que são facilmente manejados pelo médico e têm curta duração – geralmente de uma semana. Medicações são prescritas aos portadores do balão com o objetivo de manter a acidez do estômago sempre controlada.
 

 
Autor
 
Dr. Hercio Azevedo de Vasconcelos Cunha
Membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM) e professor de gastroenterologia da Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC)

 
Os autores estão em ordem alfabética.
 
 

 
Nossos Patrocinadores
   
 
© Copyright Nutrição em Pauta. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página
em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso.