O principal para tratar a obesidade infantil é o seu reconhecimento
 
Para frear o aumento da prevalência de obesidade em crianças o principal é o seu reconhecimento como doença. E isso começa já nos postos de saúde.

É preciso pesar a criança, medir sua altura, calcular seu índice de massa corporal (IMC) e anotar esse resultado na ficha da curva de crescimento. Sem esse diagnóstico simples e que pode ser feito em qualquer Unidade Básica de Saúde, as medidas de prevenção da obesidade deixam de ser aplicadas. Aliado a isso, o profissional de saúde precisa ter claro as seguintes necessidades:
- Reconhecer a obesidade como doença;
- Orientar as famílias para seguir as recomendações do Guia Alimentar para a População Brasileira;
- Prescrever menos medicação e conceder mais orientação de mudança de estilo de vida;
- Recomendar o aumento de atividade física para toda família.

Isso serve para todas as pessoas da casa. Não adianta querer corrigir a obesidade da criança se pai e mãe têm hábitos errados e estão levando alimentos nutricionalmente inadequados para despensa. Não é uma tarefa simples, porém, o básico é capacitar os médicos que atendem as crianças nas UBSs.
 
Números da obesidade infantil

O Ministério da Saúde e a Organização Panamericana da Saúde apontam que:
•    12,9% das crianças brasileiras entre 5 e 9 anos de idade têm obesidade, assim como 7% dos adolescentes na faixa etária de 12 a 17 anos.
 
Dados de 2020 da Organização Mundial da Saúde indicam que:
•    A obesidade em todo o mundo quase triplicou desde 1975;
•    38 milhões de crianças menores de 5 anos estavam com sobrepeso ou obesas em 2019;
•    Mais de 340 milhões de crianças e adolescentes de 5 a 19 anos estavam com sobrepeso ou obesos em 2016;
•    Em 2016, mais de 1,9 bilhão de adultos, com 18 anos ou mais, estavam com sobrepeso. Destes, mais de 650 milhões eram obesos;
•    39% dos adultos com 18 anos ou mais estavam com sobrepeso em 2016 e 13% eram obesos;
•    A maior parte da população mundial vive em países onde o sobrepeso e a obesidade matam mais pessoas do que o baixo peso.

Fonte
 Dra. Maria Edna de Melo - Endocrinologista da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Regional São Paulo