Cuidados Nutricionais em Pacientes HIV+
 
Atualmente, a sobrevida de indivíduos portadores do HIV/AIDS tende a ser cada vez maior, devido aos avanços da terapia anti-retroviral. No entanto, inúmeras alterações do metabolismo e do estado nutricional podem afetar a qualidade de vida desses pacientes. Uma das implicações mais comuns para a saúde é a desnutrição protéico-calórica e a conseqüente deficiência de nutrientes, causadas por aumento do gasto energético, infecções oportunistas, má-absorção e pela diminuição multifatorial da ingestão alimentar. Após diagnóstico da patologia o paciente com HIV/AIDS deve passar por uma avaliação nutricional, para que seja determinada e priorizada a intervenção dietoterápica apropriada conforme cada paciente.

È de fundamental importância que o paciente com HIV/AIDS seja orientado sobre hábitos alimentares, para que tenha uma melhora ou recuperação do seu estado nutricional e da sua qualidade de vida. Já em crianças a dieta deve ser individualizada e monitorada, pois sabe-se pouco sobre as necessidades para estes pacientes.A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) foi descrita pela primeira vez pelo Centers of Disease Control (CDC) em 1981.Vários adultos jovens fizeram o relato de várias infecções oportunistas incomuns, como pneumonia por Pneumocystis carinii, citomegalovírus ou candidíase ou um raro câncer de pele (Sarcoma de Kaposi) associados com grave depressão da imunidade celular.

Em 1983, os pesquisadores isolaram o agente etiológico, um retrovírus que foi denominado vírus da imunodeficiência adquirida (HIV) (Mahan & Escott – Stump, 2002).No Brasil, até maio de 1999, 163.355 casos da doença foram notificados, totalizando uma incidência de 113/100.000 habitantes. Somente em 1999, 18 mil adultos e crianças morreram de AIDS (Polacow et al., 2004). Até dezembro de 2003 foram notificados pelo Programa Nacional de Doenças Sexualmente Transmissíveis e AIDS 310 mil casos de AIDS no Brasil, sendo que cerca de 140 mil pessoas necessitam do tratamento que o programa de combate à AIDS brasileiro fornece na rede pública de saúde (MS, 2004).

O grupo etário mais atingido desde o início da epidemia no Brasil, tem sido o de 20 a 39 anos, de ambos os sexos, o que corresponde a 70% dos casos de AIDS notificados até 26 de fevereiro de 2000 (Polacow et al., 2004).O risco pelo qual um paciente com infecção pelo HIV não tratado pode desenvolver AIDS é estimado em 1-2% por ano nos primeiros anos de doença (Duarte, 2003). Devido ao aumento da transmissão heterossexual, é cada vez maior o número de mulheres infectadas pelo vírus da AIDS. Conseqüentemente, vem aumentando o número de crianças infectadas por transmissão vertical, cujas taxas chegam a variar de 15 a 30% em diferentes países. No período entre 1980 e 1996, foram computados 2.447 casos de crianças menores de 13 anos com AIDS no Brasil. Desse total 1.097 tiveram evolução fatal (Hamamoto et al., 2000). Até dezembro de 2002, foram notificados pela.

Coordenação Nacional de Doenças Sexualmente Transmissíveis e AIDS 8.721 casos pediátricos de AIDS no Brasil. Segundo estimativas do Ministério da Saúde, havia cerca de 12.800 casos de crianças vivendo com o HIV em 2000. Entretanto, o uso da terapia anti-retroviral por crianças tem prolongado significativamente a sobrevida e diminuído o desenvolvimento clássico da AIDS. È de grande importância que todas as crianças soropositivas tenham acesso ao tratamento desde o início da vida (MS, 2004).

 

 
Autores
 
Dra. Crísnei Dalla Corte Réquia
Nutricionista pelo Centro Universitário Franciscano (UNIFRA).
Dra. Viviani Ruffo de Oliveira
Nutricionista (UNIRIO), Especialista em Ciência dos Alimentos (UFPel) e Mestre em Agronomia-Produção Vegetal (UFSM), Docente do Centro Universitário Franciscano (UNIFRA).

 
Os autores estão em ordem alfabética. Este artigo é um resumo. O artigo em sua íntegra pode ser encontrado na revista Nutrição em Pauta, edição Mai/Jun/2005