Médicos alertam sobre importância da vitamina D
 
Em nível ideal, vitamina contribui na prevenção de doenças e melhora qualidade de vida.

Entre as carências da população brasileira, a insuficiência de vitamina D predomina em homens e mulheres entre 19 e 59 anos. O dado foi apresentado na última pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que revelou também uma das principais causas desse problema: a falta de exposição à luz solar. Fundamental para o bom funcionamento do organismo, a vitamina D, que na verdade é um hormônio chamado colecalciferol, é produzida pela própria pele, mas pode ser encontrada em alimentos e suplementos.

O sol é o grande responsável pela produção e absorção de vitamina D no corpo humano. Vinte minutos, entre 10h e 17h, três vezes na semana, já são suficientes para aumentar e potencializar a vitamina. Quanto maior a área exposta, maior a produção. Apesar de existirem alimentos que contém vitamina D, como carnes, peixes, ovo, leite etc., e suplementos, a melhor forma é a produzida pelo nosso próprio corpo. Por meio da exposição solar, pelos raios ultravioletas, ocorre a transformação da pré-vitamina D, que desencadeia a produção de vitamina D por ativação de enzimas específicas. Parte da vitamina D produzida fica guardada principalmente no fígado e é utilizada quando precisamos.

A vitamina D é importante para segurar o cálcio nos ossos e mantê-los firmes.

Fraqueza muscular, dores articulares e fadiga são alguns dos sintomas que podem ser apresentados pela ausência da vitamina. A falta dele acarreta em perda de absorção de cálcio pelo intestino, o que desencadeia uma reação do organismo para manter o cálcio do sangue normal. Assim, há um aumento do hormônio chamado PTH, que retira o cálcio do osso para equilibrar novamente o cálcio sérico, mas acaba levando à perda óssea e osteoporose.

Doenças autoimunes, inflamatórias e neurodegenerativas também podem aparecer quando há um déficit da vitamina no corpo. Outro problema associado à falta de vitamina D é a perda de força muscular, levando a quedas, o que é extremamente perigoso, principalmente, para idosos, uma vez que aumenta muito o risco de fraturas.

Estudos já identificam a vitamina D como uma forma de prevenção a diversos tipos de câncer, como o de próstata, mamário, ovariano, etc. Cada caso deve ser estudado e analisado com atenção, diabéticos e obesos apresentam maior deficiência de vitamina D. Com a reposição de vitamina, podemos notar melhora na firmeza do osso e na massa magra.

Os valores ideais da vitamina D no organismo são diferentes para bebês, crianças, adultos, grávidas e idosos. Estudos recentes mostram uma alta prevalência de deficiência de vitamina D em gestantes e recém-nascidos, associada a parto prematuro. As crianças nascem pequenas para a idade gestacional, além de consequências na própria gestação. Por isso, recomenda-se que todas as gestantes mantenham níveis adequados da vitamina D e, para isso, é recomendado o uso de suplementos, de acordo com a recomendação médica.

Atletas também têm tendência a fazer mais reposição, pois, com treinos excessivos, muitas vezes apresentam deficiência de vitaminas e, com a reposição, conseguem resultados melhores. A única restrição é com relação à vitamina D injetável. A prática envolve quantidades acima do recomendado e já foi proibida nos Estados Unidos. Em excesso, a vitamina D pode acarretar problemas como intoxicação, que leva à desidratação, insuficiência renal e alterações cardíacas graves. A reposição deve ser feita, na maioria das vezes, por cápsulas. Hoje, as gelatinosas apresentam boa absorção. Em situações especiais, em que existem problemas de deglutição e em crianças,  podem ser usadas gotas. Formulações injetáveis, além de serem dolorosas, não estão disponíveis comercialmente e não são recomendadas. Estas formulações só teriam indicação em pacientes com síndromes disabsortivas graves.

Fonte

Dra. Victoria Borba - chefe do serviço de endocrinologia do Hospital de Clínicas do Paraná e vice-presidente da Associação Brasileira de Avaliação Óssea e Osteometabolismo (ABRASSO)

Dra. Silmara Leite - presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Regional Paraná (SBEM-PR)