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Bases Teóricas para a Prática da Educação Nutricional
 
As mudanças que vêm ocorrendo nos padrões do consumo alimentar têm levado pesquisadores e profissionais a indicar a necessidade de intervenções imediatas nesse quadro. Dentre aquelas está a educação nutricional. Assim, com a intenção de estimular a inclusão do referencial teórico utilizado nas ações e programas de educação nutricional é que se desenvolveu este trabalho. Seu objetivo é apresentar e discutir os modelos e teorias comumente utilizados na prática da educação nutricional.

A literatura apresenta modelos relacionados ao conhecimento-atitude-prática, motivação, aprendizado social, processamento de informação para o consumidor, planejamento de comunicações, ação social e comunitária, difusão de inovações e modelos integrados. Todos eles apontam para a complexidade da mudança do comportamento alimentar, para a interação dinâmica entre as variáveis relacionadas e para a importância de um processo planejado sistematicamente, visando à elaboração de intervenções.

Ações em educação nutricional devem se basear em teorias da educação e de outras ciências humanas, para que possam, então, contribuir à promoção da saúde. As escolhas feitas pelos seres humanos são determinadas por diversos fatores. Os hábitos alimentares, tal como outras modalidades do comportamento humano são resultados de várias influências culturais, sociais e psicológicas. Estão intimamente associados aos sentimentos familiares, à disponibilidade alimentar, à economia e às crenças e significados que cada pessoa confere aos alimentos (Williams, 1997) Para Rozzin, citado por Casotti e col. (1998), é preciso diferenciar três termos para compreender as escolhas alimentares: o uso de um alimento, a preferência e o gosto: ?comemos o que preferimos e preferimos o que gostamos?.

Câmara Cascudo (1983) menciona que as pessoas preservam sua alimentação tradicional porque estão habituadas, porque apreciam seu sabor e porque é a mais barata, acessível ou conveniente. O que se tem observado nos últimos anos, entretanto, é que os hábitos alimentares têm sido modificados de maneira intensa. No Brasil, por exemplo, diferentes trabalhos têm discutido alguns determinantes dessa mudança no consumo ou na escolha dos alimentos: a questão da estética feminina, a ?junk food?, o poder econômico e o status social (?o bem-estar material está relacionado à posse de muitos bens, incluindo muitos tipos de alimentos?), além dos sistemas de crenças (naturalismo e vegetarianismo). ( Bleil, 1998; Casotti e col.,1998).

Essas mudanças que vêm ocorrendo nos padrões de consumo estão levando pesquisadores e profissionais a indicar a necessidade de intervenções urgentes e imediatas nesse quadro. Dentre estas intervenções está a educação nutricional, importante atividade do nutricionista. Segundo Casotti e col. (1998), ?os nutricionistas em busca de entender determinados padrões de comportamento, começaram a se aproximar das ciências sociais com o objetivo de compreender porque as pessoas, mesmo conhecendo as recomendações gerais, não as colocam na prática de suas dietas alimentares?.

Nesse processo, são utilizados modelos e teorias da educação para estabelecer atividades, ações e programas de educação nutricional. Cordeiro e col (2001) realizaram um estudo baseado em resumos de congressos brasileiros, nacionais e regionais, entre 1996 e 1999. A pesquisa encontrou 31 trabalhos sobre educação nutricional, mas, destes, apenas um mencionava o referencial teórico que subsidiou a ação educativa realizada. Na verdade, observa-se que a maioria dos programas de educação nutricional acredita que os indivíduos estão dispostos a mudar seus comportamentos, o que nem sempre ocorre.

É importante, portanto, a escolha correta de métodos e técnicas a serem utilizados e, especialmente, conhecer suas bases teóricas. Dessa forma, com intenção de estimular a inclusão do referencial teórico utilizado nas ações e programas de educação nutricional é que se desenvolveu este trabalho. Seu objetivo é apresentar e discutir as abordagens pedagógicas e os modelos e teorias comumente utilizadas na prática da educação nutricional.
 

 
Autores
 
Dra. Ana Maria Cervato
Professora Doutora do departamento de nutrição da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo.
Dra. Andréa Lizabeth Costa Gomes
Nutricionista, Mestre em Nutrição Humana Aplicada- PRONUT- Universidade de São Paulo.
Dra. Mônica Inez Elias Jorge
Nutricionista, Mestre em Saúde Pública, departamento de Nutrição da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo.

 
Os autores estão em ordem alfabética.

Este artigo é um resumo. O artigo em sua íntegra pode ser encontrado na revista Nutrição em Pauta, edição Jul/Ago/2004
 
 

 
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