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Nutrição e Câncer: Avaliando a Dieta em Estudos de Longa Duração
 

Uma possível causa da falta de consistência nas evidências associando dieta e câncer em estudos de longa duração de coorte (grupos de pessoas) é a maneira pela qual as dietas são avaliadas. Todos os métodos de avaliação dietética estão associadas a erros de medição. Isso atenua estimativas de risco da doença e reduz o poder estatístico de maneira que a relação entre a dieta e a doença pode ser prejudicada.

O efeito desse erro na regressão e estimativa do tamanho da amostra aumenta quando se fazem tentativas para avaliar a interação entre polimorfismos dietéticos e genéticos na avaliação do risco. Tradicionalmente, resultados repetidos de um método usado em um estudo coorte, geralmente um questionário de freqüência alimentar (Food Frequency Questionnaire – FFQ), são comparados aqueles de outro método presumidamente mais preciso. Entretanto, os erros entre os métodos podem estar correlacionados de maneira que os resultados do método de referência não são independentes daqueles derivados do método usado no teste, violando dessa maneira um requerimento crítico desse procedimento.

Reconhecendo-se a necessidade de uma técnica independente não-correlacionada de avaliar a precisão dos métodos dietéticos, a técnica do biomarcador de nitrogênio em urina de 24h e o marcador associado para a coleta completa foram desenvolvidas na década de 1980. Como resultado de estudos anteriores para avaliar a precisão de acordo com essa técnica, três métodos foram usados em Norfolk, UK,  setor do European Prospective Investigation of Cancer – EPIC (Investigação Européia Prospectiva do Câncer). Avaliamos a dieta usando tanto o FFQ como um diário de sete dias com registro de alimentos e bebidas por 13.070 mulheres, em 1992-97.

Até 2002, tivemos a incidência de 168 casos de câncer de mama para análise com quatro controles pareados. O hazard ratio para câncer de mama para cada aumento quintil de gordura ajustada à energia estava fortemente associado à ingestão de gordura saturada medida por meio do diário alimentar -  1,219 (1,061 – 1,401) P 0,005, mas não com a gordura saturada medida por meio do FFQ - 1,100 (0,941 – 1,285) P 0,229.

Estudos recentes usando a técnica do nitrogênio em urina de 24h e a água duplamente marcada mostraram que a diluição da regressão para métodos epidemiológicos que costumam ser usados como o FFQ pode ser elevada e associada a intervalos de confiança que tornam qualquer correção não-confiável em populações homogêneas. Nossos resultados corroboram a visão de que erros de medida poderiam explicar a falta de relação entre gordura e câncer da mama em estudos prospectivos anteriores.

Há muitas evidências que mostram que as acentuadas diferenças internacionais na ocorrência do câncer podem decorrer, principalmente, de fatores ambientais, tais como a dieta (World Cancer Research Fund, 1997; Great, 1998). Muitos fatores dietéticos estão associados à prevenção ou causa do câncer; esses fatores variam de nutrientes tradicionais como vitaminas antioxidantes, gordura e polissacarídios vegetais, a alimentos, tais como verduras e legumes, carnes e frutas, a fitoquímicos como os glucosinolatos, fitoestrógenos e carotenóides e a contaminantes tais como as aminas heterocíclicas e aflatoxinas (World Cancer Research Fund, 1997; Great, 1998).

Entretanto, associações causais exigem evidências de risco individual à exposição de itens particulares de uma dieta. Isso engloba medições precisas da dieta habitual de um grande número de indivíduos sem a doença, um dos problemas mais difíceis e desafiadores em nutrição.

Além disso, a complexidade desse assunto aumentou muito nos últimos anos com a necessidade de se avaliar riscos de substâncias não-nutricionais, tais como fitoquímicos e contaminantes, que variam acentuadamente de um alimento para outro e para os quais as bases de dados sobre seus níveis em alimentos podem não ter sido publicados.

Apesar de fortes associações internacionais entre dieta e câncer, e estimativas elevadas de risco atribuível à dieta em sociedades ocidentalizadas, estimativas intrapopulacionais de riscos relativos entre fatores dietéticos e doenças crônicas como o câncer são dificilmente maiores que 1,5 para a maioria dos alimentos ou substâncias nutricionais (World Cancer Research Fund, 1997; Great, 1998).

É difícil atribuir a causalidade a essas baixas estimativas em comparação com riscos relativos da ordem de 15 para tabagismo e câncer de pulmão, por exemplo. Além disso, a incapacidade de produzir estimativas consistentes para nutrientes ou alimentos ainda mais importantes e o risco do câncer deu origem à idéia de que tentativas de se medir a dieta em estudos epidemiológicos atingiram o limite (Taubes, 1995) . Desde aquela época, percebeu-se que dois fatores principais que podem contribuir para essas estimativas baixas e inconstantes intrapopulacionais: suscetibilidade genética e erro nas medições da avaliação da dieta.

 

 
Autor
 
Dra. Sheila Bingham
Ph.D., F.Med.Sci., Vice-diretora e Líder do grupo Dieta e Câncer - MRC Medical Research Council, Dunn Human Nutrition Unit, UK

 
Os autores estão em ordem alfabética.

Este artigo é um resumo. O artigo em sua íntegra pode ser encontrado na revista Nutrição em Pauta, edição Jul/Ago/2005
 
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