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Kashrut: Uma Revisão Bibliográfica
 
Kasher significa correto, justo, bom. Aplicado à comida, refere-se àquela apropriada ao consumo, de acordo com a lei judaica. Opostamente, a palavra treifá é utilizada para designar os alimentos proibidos. Todas as leis alimentares judaicas derivam de preceitos bíblicos, enumerados principalmente no capítulo 11 do livro Levítico. "A familiarização absoluta com esse código dietético constitui uma porção essencial do cabedal de conhecimentos especializados dos rabinos.

Dentro do esquema específico da vida judaica no gueto medieval e até tempos muito recentes, o rabino, na maior parte do tempo, ocupava-se com emitir decisões rituais relativas ao que era kasher e do que era treifá , para os lares individuais que estivessem sob sua supervisão religiosa."(Ausubel, 1989). Atualmente as leis alimentares são freqüentemente vistas como antigas medidas de salubridade, que não se aplicam mais na vida moderna. É fato que a triquinose, transmitida pela carne de porco foi erradicada da população judaica.

Porém, Kolatch (2001) afirma que se houve algum tipo de benefício à saúde, este foi inesperado. O autor ainda ressalta que a finalidade das leis alimentares era trazer santidade e união para o povo judeu, e não boa saúde. Por isso, as leis alimentares são caracterizadas como estatutos obrigatórios que devem ser obedecidos mesmo que o seu motivo esteja além da compreensão humana.

Rich (2002) alerta ao fato de que a kashrut não é um estilo de culinária. Comida chinesa, francesa, italiana, indiana, árabe ou qualquer outra podem ser kasher desde que preparadas de acordo com as leis judaicas. A comida tradicional judaica, pode ou não ser kasher, dependendo de como foi preparada Essa revisão bibliográfica tem por objetivo esclarecer as regras alimentares da religião judaica, a fim de entendê-las melhor, além de relacionar seus efeitos na saúde, bem como conhecer aplicações práticas para o dia a dia. A Kashrut se desenvolve baseada em duas regras básicas.

A primeira delas especifica o tipo de carne que pode ou não ser consumida. A proibição é muito clara no capítulo 11 do livro Levítico: "Entre todos os animais da terra, os que podereis comer: aqueles que tem os cascos fendidos e que ruminam". Ou seja, incluem-se aí vaca, carneiro, bode e cervo. Já o Deuterônimo, no capítulo 14 explica que nenhum crustáceo é kasher: "Comereis de tudo que há nas águas: tudo o que tem barbatanas e escamas comereis; e tudo o que não tem barbatanas e escamas, não comereis; é impuro para vós.".

Segundo Kolatch (2001), não existe nenhuma explicação acerca do motivo, e o versículo ainda especifica sobre peixes que tem barbatanas e escamas, mas que as perdem a partir de um certo momento, como é o caso do peixe espada e o esturjão. As autoridades ortodoxas não permitem o uso de tais peixes, o que não ocorre com autoridades conservadoras. Mahan & Escott-Stump (1998) especifica que as aves permitidas são o frango, peru, ganso, faisão e pato. Obviamente os rabinos da época e mesmo os atuais, não têm possibilidade de conhecer toda a fauna existente na Terra.

A outra grande regra consiste em não misturar carne com leite e derivados, seja na preparação, armazenamento ou consumo. A origem bíblica dessa norma é encontrada no livro Êxodos, capítulo 19, que diz: "Não cozerás o cabrito no leite de sua mãe.". Foi a partir dessa regra que se classificou a comida kasher em três categorias: carne , leite e parve ( neutra ).
 

 
Autores
 
Adriana Trejger Kachani
Acadêmica de nutrição Centro Universitário São Camilo, monitora voluntária da Nutrociência Assessoria em Nutrologia
Prof. Dr. Mauro Fisberg
Pediatra e Nutrologo do Departamento de Pediatria da Universidade Federal de São Paulo.

 
Os autores estão em ordem alfabética.

Este artigo é um resumo. O artigo em sua íntegra pode ser encontrado na revista Nutrição em Pauta, edição Jan/Fev/2003
 
 

 
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