Dia do Diabetes: Comer doce demais causa Diabetes? Mitos e verdades sobre a doença | ||
Com a proximidade do dia mundial de combate ao Diabetes, que será dia 14 de novembro, abordaremos os mitos e verdades que rondam a doença. 1) Diabetes tem causa genética Verdade. Já se sabe que há uma influência genética significativa na fisiopatologia do diabetes. Ter um parente de primeiro grau com a doença aumenta consideravelmente as chances de você ter também. O diabetes tipo 2 tem uma maior predisposição genética que o diabetes tipo 1. Se um dos pais tem diabetes, ocorre uma chance três vezes maior de o filho desenvolver a doença ao longo da vida. Se pai e mãe possuem esta condição, o risco aumenta em seis vezes. 2) Diabetes geralmente não causa sintomas Verdade. Em cerca de 50% dos casos, a doença fica assintomática nas suas fases iniciais e intermediárias. 3) Comer muito doce causa diabetes Mito. Mais ou menos 90% dos casos de diabetes são do tipo 2, que é desencadeado por fatores conjugados, como tendência genética, ganho de peso, alimentação errada e vida sedentária. A ingestão de doces contribui com o excesso de calorias, a verdadeira razão do ganho de peso. Ainda assim, mesmo que o paciente não consuma muitos doces, outros alimentos como pães, arroz, massa ou qualquer item rico em carboidrato tem o potencial de estimular o ganho de peso e, por consequência, favorecer o risco de desenvolver diabetes. O consumo desses produtos em excesso aliado à tendência genética e ao sedentarismo, por exemplo, pode estimular a doença. Ou seja, o principal fator de risco para desenvolver diabetes tipo 2 ao longo da vida é o ganho de peso. 4) Todo produto diet é liberado para os diabéticos Mito. É preciso entender a diferença entre produtos Diet e produtos Light. Os alimentos diet se destinam a grupos populacionais com necessidades específicas e significa que o produto é isento de um determinado nutriente. Na maioria dos casos, os produtos diet são livres de açúcar, mas é importante comprovar se o nutriente retirado foi mesmo o açúcar, e não gordura, sódio ou outro componente. O produto pode, ainda assim, apresentar calorias, tornando seu consumo sujeito a restrições para diabéticos. Além disso, os produtos dietéticos sem adição de açúcar podem conter outras formas de carboidratos que também interferem na glicemia, como frutose, lactose, amido ou maltodextrina. O mais importante é usar com moderação e ficar sempre de olho na quantidade de carboidratos contida no produto. Por sua vez, os alimentos light são direcionados a pessoas que buscam uma alimentação mais saudável. Eles apresentam redução mínima de 25% em determinado nutriente ou calorias, quando comparado ao produto convencional. A redução de calorias pode vir da diminuição no teor de qualquer nutriente (carboidrato, gordura, proteína), mas não quer dizer que seja sem açúcar. 5) Tenho Diabetes e vou ter problemas nos rins, olho e coração Mito. O bom controle da glicemia é capaz de evitar todas as complicações. 6) Estresse pode subir a glicose no diabético Verdade. O estresse pode levar ao descontrole glicêmico (açúcar alto no sangue) por vários motivos. A primeira razão tem causa hormonal: o estresse crônico aumenta o nível do hormônio cortisol, que ocasiona, dentre outras coisas, o aumento da gordura abdominal, que, por sua vez, aumenta o risco de diabetes. A segunda razão, se revela justamente por meio do comportamento: O estresse aumenta a fome, a gula e a ansiedade, o que faz o paciente ir em busca de alimentos ricos em calorias, como bolo, pizza, chocolate e massas, entre outros. Quem deve investigar se pode estar com diabetes? - Toda pessoa acima de 45 anos; - Pacientes com menos de 45 anos que apresentem sobrepeso (IMC > 25 Kg/m2); - Pessoas sedentárias; - Quem tem histórico familiar de diabetes tipo 2; - Pacientes HAS (Hipertensão Arterial Sistêmica), ou seja, pessoas com pressão alta; - Pessoas com DLP (Dislipidemia): colesterol e triglicerídeos; - Indivíduos com acantose nigricans, aquela mancha escurecida e aveludada no pescoço, virilha e axilas. Ela é um sinal de que o pâncreas está sobrecarregado; - Crianças com sobrepeso e fatores de risco também devem ser investigadas. Como faz para diagnosticar o diabetes? Teste de glicemia em jejum; • Teste oral de tolerância a glicose (1 copo com 75g de glicose): medir a glicemia 2 horas depois; • Hemoglobina glicada: exame que fornece a média da glicemia dos últimos 3 meses e se torna um excelente parâmetro para avaliar se o diabetes se encontra ou não bem controlado; • Teste DXT acima de 200, com muita ingestão de água, urinando em excesso, fome e perda de peso A pacientes que usam medicação, o ideal é usar um remédio que controle o açúcar, mas que também ajude o paciente a emagrecer. Para ela, a medicação deve, ainda, ajudar na diminuição da circunferência abdominal (barriga), no controle da pressão arterial e dos níveis de colesterol e triglicerídeos, além de diminuir a chance de infarto e AVC, a principal causa de morte no Brasil e no mundo. Pilares fundamentais para o tratamento de diabéticos 1) Alimentação saudável 2) Atividade física 3) Medicação correta 4) Parceria médico-paciente visando um controle da saúde global 5) Equilíbrio entre estresse e felicidade Fonte Dra. Tassiane Alvarenga – Graduação em Medicina pela Universidade Federal de Uberlândia – UFU. Residência Médica em Clínica Médica pela Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP. Residência Médica em Endocrinologia pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FM USP). Título de Especialista pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia- SBEM. Membro da Endocrine Society, SBEM e ABESO. Faz parte do Corpo Clínico da Santa Casa de Misericórdia de Passos. |
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