Covid-19 exacerbou a epidemia de obesidade infantil | ||
A obesidade é um desafio de saúde pública global. As crianças correm um risco especial de terem excesso de peso, cuja prevalência aumentou dramaticamente nas últimas décadas. Além disso, crianças obesas tendem a se tornarem adultos obesos. Portanto, controlar a o ganho de peso tornou-se uma prioridade para as autoridades de saúde pública. A obesidade é uma doença heterogênea complexa baseada em três pilares principais: 1- Determinantes genéticos 2- Determinantes comportamentais 3- Determinantes ambientais Obesidade e COVID-19 são pandemias que afetam negativamente a saúde e o bem-estar das crianças. Durante os tempos de pandemia da COVID 19, os dois últimos pilares modificáveis (comportamentais e ambientais) foram potencialmente afetados. Muitos governos em todo o mundo instituíram uma série de medidas de proteção, incluindo o fechamento de escolas. O ano escolar de 2020 foi interrompido abruptamente. O aprendizado físico em sala de aula foi cancelado, forçando as crianças a ficarem em casa e mudar seu aprendizado para meios virtuais. O fechamento das escolas e as medidas de confinamento domiciliar subsequentes, afetaram negativamente a saúde física e emocional das crianças. Crianças com obesidade enfrentam riscos biopsicossociais aumentados durante COVID-19. O fechamento de escolas resultou na ausência de sessões organizadas de atividade física, levando a um maior período sedentário e aumento do ganho de peso entre as crianças. A pandemia da COVID-19 interrompeu significativamente a rotina diária das crianças. A evidência é clara, a rotina de casa, escola e comunidade e suas interações, mudaram para cenários irreconhecíveis, aumentando o estresse para as crianças e as famílias. O impacto do estresse aumenta a inflamação, diminui a resposta imunológica e aumenta ingestão de alimentos densos em calorias. Tais ações aumentam a suscetibilidade ao ganho de peso, especialmente em tempos em que a quantidade de atividade física diária foi reduzida devido às restrições implementadas. O estresse exacerba a inflamação e prejudica a resposta imune em crianças obesas durante a COVID-19. Segundo um estudo de revisão bibliográfica publicado em fevereiro de 2021, durante a era COVID-19, crianças e adolescentes aumentaram a ingestão alimentar e ganharam peso. Especificamente, 41,7% dos adolescentes na Palestina relataram ganho de peso devido ao aumento no consumo de alimentos fritos, doces, bebidas com adição de açúcar e produtos lácteos. Na Polônia, o aumento no IMC foi associado a redução na ingestão de vegetais, frutas e legumes, levando ao ganho de peso de quase 30% das crianças e adolescentes. Os resultados da Espanha foram mistos, onde mais de 50% declararam nenhuma mudança em seu peso, mas 25% afirmaram que seu peso estava elevado devido a sintomas depressivos. No Brasil, uma Pesquisa da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), concluiu que a medida adotada em várias cidades do país contribuiu para o aumento dos índices da obesidade infantil. As conclusões foram publicadas em artigo na revista Jornal de Pediatria, que apontou que os aspectos desencadeados pela Covid-19, principalmente relacionados ao isolamento social, propiciaram o aumento da obesidade infantil. A obesidade é um dos fatores que agravam a Covid-19 e por isso é particularmente importante para crianças terem uma dieta nutritiva para proteger a imunidade e garantir seu crescimento e desenvolvimento adequado. Uma dieta que contém todos os nutrientes essenciais é importante para apoiar o crescimento, o desenvolvimento e a saúde a longo prazo das crianças. Aqui estão algumas dicas para garantir que crianças recebam uma alimentação nutritiva. O que devo servir? • Ofereça no mínimo quatro grupos de alimentos por dia incluindo frutas e vegetais, grãos, leguminosas, nozes, proteínas magras, laticínios e alimentos básicos como arroz e feijão. • grãos inteiros, como pão integral, arroz integral, quinua e macarrão de trigo integral • alimentos ricos em proteínas, como carnes magras, feijões, ovos, leite e derivados • Eles também precisam beber muitos líquidos, como água purificada e chás, para mantê-los hidratados. • Realize refeições principais completas, com todos os grupos de nutrientes, carboidratos, proteínas e gorduras. A criança precisa de um prato completo. Que tipo de comida devemos evitar? • Batatas fritas, biscoitos e sorvete • Bebidas açucaradas, como refrigerantes, sucos, bebidas esportivas e chás doces • Alimentos industrializados, ricos em gordura, açúcar e calorias. Quão ativas devem ser as crianças? • Incentive seus filhos a pelo menos 30 minutos de exercícios físicos todos os dias. Sempre que possível, deixe-os sair e brincar. Faça uma caminhada, corra, ande de bicicleta ou pratique esportes como futebol ou basquete. Quantas horas de sono as crianças precisam? Dormir o suficiente traz muitos benefícios à saúde e ajuda a manter um peso saudável. Ajude seus filhos a dormirem e acordarem na mesma hora todos os dias. Desligue todas as telas pelo menos 1 hora antes de deitar. As necessidades de sono variam: • bebês: 11-14 horas, incluindo cochilos diurnos • pré - escolares: 10-13 horas, incluindo cochilos • crianças em idade escolar e pré-adolescentes: 9-12 horas por noite • adolescentes: 8-10 horas por noite O que mais devo saber? A pandemia de coronavírus mudou o mundo de muitas maneiras. O enfoque em hábitos saudáveis, como comer e permanecer ativo, pode ajudar as crianças e os pais a manterem o senso de controle durante um período de incerteza. Seja um bom exemplo para seus filhos ao: • Desfrutar de alimentos saudáveis e não coma demais • Seja ativo todos os dias • Limite seu próprio tempo de tela • Encontre maneiras de gerenciar o estresse Fonte Dra. Adriana Stavro - Nutricionista Funcional e Fitoterapeuta - Especialista em Doenças Crônicas não Transmissíveis - Mestre do Nascimento a Adolescência pelo Centro Universitário São Camilo. |
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