Hábito alimentar e Estado Nutricional: Fatores de Risco Cardiovascular entre Colaboradores Internos de uma Unidade de Alimentação
 
Objetivou-se avaliar o estado nutricional e o hábito alimentar de colaboradores internos de uma Unidade de Alimentação e Nutrição de Jaraguá do Sul, Santa Catarina. Variáveis (peso e estatura) foram coletadas para cálculo do Índice de Massa Corporal. Hábito alimentar quantitativo foi verificado através do recordatório 24 h e qualitativo através da freqüência alimentar. A maioria dos colaboradores era do sexo feminino e apresentou sobrepeso. Predominou o consumo de dietas hiperlipídicas, hiperprotéicas e hipoglicídicas, associada à ingestão excessiva de colesterol e insuficiente de fibras.

Grupos alimentares com maior percentual de consumo excessivo foram: gorduras, proteínas e açúcares. Em contrapartida, grupos considerados cardioprotetores (frutas, verduras e cereais) apresentaram elevado percentual de consumo insuficiente. O consumo insuficiente de proteínas e vegetais foi mais freqüente no sexo feminino. Concluindo, verificaram-se: estado nutricional e hábito alimentar adversos entre os colaboradores indicando necessidade de programas de educação nutricional contínuos.

Doenças cardiovasculares representam a principal causa de morte no Brasil (Santos et al., 2002). A Organização Mundial da Saúde (OMS) em recente publicação destaca o papel preponderante da dieta sobre as doenças cardiovasculares, minimizando ou potencializando a expressão de outros fatores de risco. A entidade ainda aponta a dieta como a principal estratégia efetiva na expressiva redução de incidência de morbidades cardiovasculares observada em países como a Finlândia (WHO, 2003).

Análises do padrão alimentar brasileiro na última década demonstram a adesão ao estilo alimentar ocidental, caracterizado pelo incremento do consumo de alimentos ricos em gorduras (particularmente as de origem animal), açúcar e alimentos refinados, que associada ao concomitante declínio da atividade física favorece o aumento do sobrepeso na população do país, promovendo o aumento de morbidades crônicas (Monteiro et al., 1995). Diante disso, objetivou-se através do presente trabalho avaliar o estado nutricional e o hábito alimentar de colaboradores internos de uma Unidade de Alimentação e Nutrição (UAN) de grande porte de Jaraguá do Sul, Santa Catarina, Brasil.
 

 
Autores
 
Dra. Bethania Hering
Nutricionista, Mestre em Nutrição pela Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC. Docente dos cursos de Nutrição da UNIVALI e da Universidade Regional de Blumenau (FURB).Integrante do Núcleo de Pesquisas de Nutrição em Produção de Refeições - NUPPRE /UFSC.
Dra. Luciane Coutinho Azevedo
Nutricionista, Mestre em Neurociência e Comportamento pela Universidade Federal de Santa Catarina-UFSC. Docente dos cursos de Nutrição da Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI) e da Universidade Regional de Blumenau (FURB).
Profa. Dra. Doroteia Aparecida Höfelmann
Nutricionista, Mestre em Saúde Pública, Doutoranda em Saúde Coletiva (UFSC), Professora do Curso de Nutrição - UNIVALI.

 
Os autores estão em ordem alfabética. Este artigo é um resumo. O artigo em sua íntegra pode ser encontrado na revista Nutrição em Pauta, edição Jan/Fev/2005