Inverno acende alerta para carência de vitamina D, mas intoxicação por excesso também preocupa.
 
Doses muito elevadas têm sido indicadas com finalidade estética, visando rejuvenescimento ou tratamento de doenças inflamatórias e pode trazer riscos à saúde.

A exposição solar diária, por cerca de 20 minutos, é principal maneira para assegurar níveis saudáveis de vitamina D no organismo. Com a chegada do inverno, a carência desse nutriente é percebida em boa parte da população, mas é mais preocupante em idosos e mulheres no pós menopausa, por conta dos riscos que esta deficiência traz à saúde óssea. A checagem dos níveis de Vitamina D (25OH vitamina D) e a suplementação deste nutriente tornou-se rotina nos consultórios, mas também alimentou um caminho inverso: o consumo indiscriminado levando ao aumento do número de casos de intoxicação.

A falta de vitamina D prejudica principalmente a saúde óssea, pelo fato de a mesma ter como função a absorção do cálcio no intestino, mineral que por sua vez é fundamental para o metabolismo ósseo. Desta forma, aumenta o risco de osteoporose e fraturas osteoporóticas, ou seja, atraumáticas ou de baixo impacto.

Como não é possível adequar os níveis da vitamina D apenas através da alimentação, suplementar é importante, mas apenas quando há essa indicação. Existe uma prevalência muito alta de hipovitaminose D na população em geral, principalmente no inverno. Toda a população pode ser acometida pela baixa exposição solar, especialmente os idosos. Um estudo realizado por nossa equipe no Serviço de Endocrinologia do HC-UFPR identificou uma prevalência de deficiência da vitamina D em 70% das mulheres na pós-menopausa avaliadas.

Vitamina D, rejuvenescimento e intoxicação

Se a carência traz riscos, o excesso de vitamina D no organismo também tem suas complicações e os casos de intoxicação.
Com o conhecimento da alta prevalência de hipovitaminose D, houve um alerta à classe médica e à população em geral em relação à suplementação de vitamina D.

Entretanto, alguns pacientes têm recebido doses muito elevadas de vitamina D, inclusive, com a indicação de vitamina D injetável. Isto pode levar a um quadro de intoxicação por uma elevação do cálcio no sangue.

A toxicidade ocorre quando os níveis de vitamina D (25OH vitamina D) são próximos de 100ng/mL, e é caracterizada por hipercalcemia, que é uma elevação do cálcio no sangue. Náusea, vômito, desidratação e mal estar geral são os principais sintomas percebidos no caso de intoxicação. Diante dos riscos associados ao consumo exagerado de vitamina D a especialista alerta os pacientes: Não está se recomenda vitamina D em doses muito elevadas com finalidade estética, visando rejuvenescimento ou para tratamento isolado de doenças inflamatórias.

Corrida por exames

Como vários estudos associam a carência de vitamina D a diversas doenças, os planos de saúde têm registrado um aumento significativo no volume de solicitação de exames para investigar a dosagem da 25OH vitamina D. Este corrida por exames foi tema de uma reunião entre a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia – Regional Paraná (SBEM-PR) e a Associação Brasileira de Estudos do Metabolismo Ósseo e Mineral – Regional Paraná (ABRASSO-PR).

Afinal, a quem é recomendada a dosagem de vitamina D e com qual frequência? Todo paciente deve necessariamente fazer o exame? Segundo a presidente do Departamento de Metabolismo Ósseo da SBEM a checagem dos níveis da vitamina D é recomendada aos indivíduos com doença crônica e risco elevado de fratura como, por exemplo, idosos com osteoporose.

Pacientes diabéticos, com doença renal crônica, gestantes, obesos e idosos são exemplos de indicação para esta avaliação. Pacientes em uso crônico de glicocorticóide ou que tenha tido uma fratura por baixo trauma também apresentam indicação. Nos pacientes cuja vitamina D veio abaixo do valor de referencia, a suplementação deve ser realizada e uma nova dosagem recomendada em 3 meses, para conferir se houve normalização dos níveis da 25OHvitamina D. Naqueles com vitamina D normal, recomenda-se repetir o exame em 12 meses.

Pacientes diabéticos, com doença renal crônica, gestantes, obesos e idosos são exemplos de indicação para esta avaliação. Pacientes em uso crônico de glicocorticóide ou que tenha tido uma fratura por baixo trauma também apresentam indicação. Nos pacientes cuja vitamina D veio abaixo do valor de referencia, a suplementação deve ser realizada e uma nova dosagem recomendada em 3 meses. Naqueles com vitamina D normal, recomenda-se repetir o exame em 12 meses.
 
Fonte
Dra.  Carolina Aguiar Moreira – Endocrinologista que preside o Departamento de Metabolismo Ósseo da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM)